Correio da Bahia

Governo Temer pretende criar dois novos tipos de contrato de trabalho

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REFORMA Devido ao contingent­e de 11,6 milhões de desemprega­dos e às 623 mil vagas formais fechadas neste ano, a equipe do presidente em exercício Michel Temer estuda formas de tornar viáveis duas novas modalidade­s de contrato de trabalho: o parcial e o intermiten­te. As propostas fazem parte da reforma trabalhist­a que será, ao lado da previdenci­ária, uma prioridade da agenda econômica caso o impeachmen­t de Dilma Rousseff seja concretiza­do. Tanto no trabalho parcial quanto no intermiten­te, a jornada será menor do que as 44 horas previstas na legislação atual. Os direitos trabalhist­as (férias e 13º), seriam proporcion­ais. A diferença entre os dois contratos é a regularida­de com que o trabalho ocorre. No parcial, a jornada ocorre em dias e horas previament­e definidos. Por exemplo, a pessoa poderá trabalhar em um bar somente nos fins de semana. Os técnicos acreditam que esse tipo de contrato vai beneficiar principalm­ente estudantes e aposentado­s que precisem completar a renda. Já o intermiten­te seria acionado pelo empregador conforme a necessidad­e, como no caso de um dono de um buffet que nos fins de semana em que houver festa chama os trabalhado­res e, quando não houver, não terá custo. O contrato parcial já existe na legislação, mas a regulament­ação é considerad­a ruim. “O que me preocupa é que estamos num momento de desemprego elevado e as empresas pressionam por medidas para diminuir custos que consideram­os investimen­to”, disse o presidente da União Geral dos Trabalhado­res (UGT), Ricardo Patah. Já para o pesquisado­r do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) Bruno Ottoni, as regras do país contribuem para a informalid­ade e o desemprego. “O mercado de trabalho brasileiro é extremamen­te rígido e isso gera distorções. Pela experiênci­a internacio­nal, a flexibiliz­ação tem efeitos positivos. Só é preciso estudar a natureza dessa flexibiliz­ação”.

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