Aliados de Temer mantêm previsão de até 61 votos
Na avaliação de senadores da base governista e de interlocutores do presidente interino Michel Temer (PMDB), o discurso e o embate da presidente afastada Dilma Rousseff não irão mudar o placar a favor do impeachment. O governo continua contabilizando entre 59 e 61 votos contra a petista.
Temer acompanhou o discurso da petista no Palácio do Jaburu, acompanhado do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Ainda cedo, chegaram os ministros da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, além do presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz.
Padilha evitou comentários sobre o discurso de Dilma, mas reiterou a previsão que havia defendido antes, de até 61 votos. “Sempre disse que eu era pessimista no placar de 61 (votos contra a petista)”, afirmou. Perguntado se achava que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), votaria a favor do impeachment, desconversou: “Ele que fale”. À tarde, Temer se concentrou em despachos no gabinete e recebeu atletas e medalhistas olímpicos. Enquanto adotava distância regulamentar do julgamento, auxiliares do peemedebista garantiam que os votos conquistados estão mantidos. À noite, divulgou nota para rebater críticas de Dilma.
“Não é verdade que se debata a estipulação de idade mínima de 70 ou 75 anos aos aposentados; não será extinto o auxílio-doença; não será regulamentado o trabalho escravo; não há privatização do pré-sal e não se cogita revogar a Consolidação das Leis do Trabalho”, disse.
“Essas e outras inverdades foram atribuídas de forma irresponsável e leviana ao governo interino. Todas as propostas são para assegurar a geração de emprego, garantir a viabilidade do sistema previdenciário e buscar o equilíbrio das contas públicas. E todas respeitarão direitos e garantias constitucionais”, afirmou a nota.