Correio da Bahia

O sol é o limite

- MARIA LANDEIRO

Em terra de smartphone, quem tem um bom carregador reina. Cada vez mais potentes, os celulares também consomem mais bateria, que precisa ser carregada mais de uma vez ao dia. Foi pensando nisso que estudantes do Centro Estadual de Educação Profission­al Isaias Alves (CEEP), no Barbalho, desenvolve­ram um carregador portátil à base de energia solar.

O invento foi apresentad­o anteontem, durante a Semana de Ciência e Tecnologia da escola. Desde segunda-feira, 52 projetos voltados à sustentabi­lidade e à qualidade de vida da população já foram apresentad­os e o dispositiv­o que une o sol ao “cel” foi um dos destaques da mostra.

Quem deu vida à invenção foi a turma do 1º ano do curso técnico - o projeto foi encabeçado pelos amigos Bernardo Nogueira, 15 anos, Radhija Mendes, 14, e William Freitas, 15. “Há dois meses começamos a pensar em qual projeto apresentar na feira, mas a ideia do carregador só veio há duas semanas”, contou William.

Segundo ele, para desenvolve­r o protótipo, o grupo realizou várias pesquisas e descobriu que, para carregar o celular uma vez por dia durante um ano, gasta-se cerca de R$ 20. “Eu carrego meu celular três vezes ao dia, o que representa um gasto de R$ 60 (por ano). Nosso desafio era fazer uma tecnologia fácil, útil, não poluível e barata”, destacou o estudante.

O carregador é composto por um conversor de USB, reguladore­s de tensão e pequenas placas fotovoltai­cas. Ao contrário das placas solares, que captam a luz solar, as fotovoltai­cas captam as células presentes nessa luz. “Isso faz com que não precise necessaria­mente estar ao sol para o aparelho funcionar”, lembrou Radhija.

Bernardo, o idealizado­r da engenhoca, explica que ela é composta de três placas: uma positiva, uma negativa e uma neutra. “Quando a luz entra em contato com a placa positiva, ela esquenta e gera energia. Essa energia é distribuíd­a no circuito interno e depois vem para o USB”, detalhou. “Aí, é só conectar o celular e, se estiver funcionand­o, a lâmpada de led irá ligar”, concluiu.

Desenvolvi­do às pressas, os estudantes não imaginavam que o projeto faria tanto sucesso. “No início, nosso estande estava vazio. Aí quando as pessoas chegaram e viram o que era, ficaram encantadas”, comentou William.

A feira faz parte do projeto Ciência na Escola, programa de educação científica da Secretaria da Educação do Estado (SEC), que está em sua sexta edição. “As feiras escolares são a primeira etapa do projeto. Depois, tem uma edição com a Bahia inteira”, afirmou a coordenado­ra do projeto, Shirlei Costa. A última edição ocorrerá em novembro, na Arena Fonte Nova, e contará com a participaç­ão de 542 escolas inscritas.

Apesar do sucesso, o carregador à base de energia solar não conseguiu se classifica­r para a etapa estadual, e por isso, também não estará presente na etapa baiana. “Agora o carregador ficará entre os três para aperfeiçoa­r”, explicou Radhija. “Se a gente conseguiss­e um patrocínio, iríamos patentear, trocar as placas fotovoltai­cas e melhorar o circuito interno para diminuir o espaço”, contou ela. Por enquanto, a disputa é para ver quem irá levar o protótipo para casa.

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base de energia solar
Turma do curso técnico do CEEP com carregador de celular à base de energia solar
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Outro grupo desenvolve­u app de saúde que orienta médicos e pacientes

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