Correio da Bahia

Triângulo do bem

- MARÍLIA MOREIRA

Uma noite do bem pra ficar na lembrança e fortalecer os laços musicais e afetivos de três novos artistas da música baiana. É assim que pode ser descrito o show beneficent­e Triângulo, que Saulo, Tomate e Levi estrearam ontem, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves. A renda obtida na bilheteria será revertida para o Projeto Axé, que ajuda na formação de crianças e adolescent­es de Salvador, através da arte-educação.

Foram os alunos do projeto que confeccion­aram o cenário. “Além de pensar o fundo do palco, decoramos o chão, que na verdade foi tomado por nós como um berço para acolher o amor e a amizade entre eles e também deles para com a gente”, detalhou Regina Moura, produtora executiva do Projeto Axé.O trio, que subiu ao palco de pés descalços e se aplaudindo mutuamente, foi recebido com ansiedade por um público bem diversific­ado.

Tinha as fãs recém-chegadas aos 20 e poucos anos que guardam na memória e no coração as letras e os momentos vividos ao lado dos artistas em outros carnavais. “Estou aqui por causa dos três, cada um conta um pouco da minha história. A música Anjo, de Saulo, lembra muito a minha gravidez”, contou Fernanda Paes, 27 anos. Ela chegou cedo para garantir o gargarejo e viver o que chamou de emoção única. “Não ia nem colocar o rímel porque sei que vou chorar muito”, confessou.

Também próximo ao palco, o fã-clube As Crazys de Tomate marcou presença. O grupo surgiu em 2012 e, desde então, acompanhou muitas das apresentaç­ões do cantor. A estreia dele na Concha reformada não poderia ficar de fora. “É a minha estreia aqui também, nunca tinha vindo”, diz Jessyca Moreira, 21 anos.

Saulo, que fez há um mês um show em prol das Voluntária­s Sociais da Bahia no mesmo local, era o mais aguardado por um grupo decinco amigas entre os 50 e 72 anos. “A gente ama Saulo! Nós acompanham­os a pipoca dele no Carnaval, fomos a outros shows e quando vimos na TV que esse aconteria aqui, com os três juntos, compramos na hora”, contaram.

A sintonia entre os três, a possibilid­ade de trânsito entre diferentes vertentes da música baiana e a ajuda a um projeto social também deram aquele empurrãozi­nho para o grupo ir conferir o show. “Eles são muito lindos e têm essa preocupaçã­o com o outro, com os fãs. Há um cuidado, um carinho e isso é muito especial”, disse Joselita Cerqueira, 60. Ela ainda lembrou da descrição que os três costumam fazer dessa união. “Acho que é bem aquilo que eles dizem: de um ser a luz, outro ser o amor e outro o axé. A combinação não poderia ser mais interessan­te”, finalizou.

No palco, Saulo, Levi e Tomate começaram reverencia­ndo um dos maiores cantadores da Bahia para o mundo: Vinicius de Moraes, com Tarde em Itapuã. Teve direito ainda a relembrar sucessos de Olodum (Rosa), Lazzo (Do Jeito que Seu Nego Gosta), Paulinho Boca de Cantor (Vestido de Prata), Gilberto Gil (A Paz), entre outros. “A ideia do repertório era mostrar a cara da Bahia para um público jovem, que é a maior parte do nossos fãs, e que tem de saber um pouco mais da nossa história musical, que também deu origem ao que a gente tem cantado e feito hoje”, resumiu Tomate. Por isso, também houve espaço para durante o show cantar em coro músicas como Anjo, Te Espero no Farol, Colorir Papel e Positiva, a mais recente parceria dos três, fruto que já é uma das apostas para o Carnaval. “Positivida­de, otimismo, enxergar o mundo com os olhos da poesia e da alegria é nosso propósito”, resumiu Levi.

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Saulo, Tomate e Levi na estreia de Triângulo, na Concha
 ??  ?? Fã-clube Crazys de Tomate tomou a frente do palco
Fã-clube Crazys de Tomate tomou a frente do palco

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