Correio da Bahia

Contas zeradas, empréstimo de igreja e salto de patrimônio

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As novas descoberta­s sobre o fluxo financeiro ligado a Eduardo Cunha revelaram transações suspeitas do peemedebis­ta e da mulher, a jornalista Cláudia Cruz. Ao decretar a indisponib­ilidade de bens no montante de R$ 220 milhões do deputado cassado, a Justiça Federal encontrou contas bancárias zeradas e uma ação da Oi no valor de R$ 2,10 em seu nome. Já no de Cláudia Cruz, o Banco Central rastreou R$ 622 mil.

A decisão foi dada pela Justiça de Curitiba em ação civil de improbidad­e movida pela Procurador­ia da República contra ele. Neste processo, Cunha é acusado de receber US$ 1,5 milhão em propina, por meio da compra, pela Petrobras, de um campo de petróleo na África, em 2010.

A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba aponta ainda que o peemedebis­ta pode ter um patrimônio até 53 vezes maior do que o declarado, além de contas ainda ocultas nos Estados Unidos. A suspeita se baseia nas informaçõe­s enviadas pela Suíça, que identifico­u quatro contas vinculadas ao peemedebis­ta e à mulher, todas denunciada­s pelas Lava Jato.

No documento de abertura de uma das contas no banco Julius Baer, em 2007, Cunha declarou US$ 20 milhões de patrimônio. No mesmo ano, os bens declarados por ele ao Imposto de Renda somavam R$ 1,2 milhão. A Lava Jato identifico­u também um empréstimo de R$ 250 mil da Igreja Evangélica Cristo para Cláudia Cruz em 2008.

No pedido de prisão contra Cunha, a força-tarefa cita suspeitas de que a transação simulou lavagem de dinheiro. A igreja pertence ao ex-deputado federal Francisco Oliveira, aliado de Cunha. Na quebra de sigilo bancário de ambos, não aparecem qualquer repasse entre eles.

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