Correio da Bahia

A queda nos juros

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O Copom – Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual. O corte foi pequeno e mostrou que o Banco Central ainda coloca o combate à inflação em patamar mais elevado do que a retomada do cresciment­o econômico. O corte de 0,25% terá pouco impacto na economia em termos concretos, demonstran­do que o Banco Central permanece manejando a ortodoxia. E tem que ser assim mesmo, pois os agentes econômicos ainda testam o governo e a PEC dos Gastos tem um longo caminho pela frente.

O leitor desta coluna já sabe que não existe “de repente” em economia, e o corte de juros leva seis meses para se espraiar pelo sistema. Após a bravata de Dilma, tentando baixar os juros na raça, o que se verificou foi uma tendência de alta que elevou a Selic de 7% para 14,25%, ou seja, a taxa de juros hoje ainda é 100% maior do que a Selic praticada em outubro de 2012. Agora estabelece-se a tendência contrária e isso é o que importa.

E é bom lembrar também que, em economia, a tendência vale mais que o número. E o Banco Central acena para uma redução maior na próxima reunião, desde que os fundamento­s sejam mantidos. Em resumo: cortar os juros em 0,25% não muda nada de imediato, mas muda muito nas planilhas de investimen­to e compras futuras.

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