Igreja de São Domingos terá área para receber eventos
tarão a se reunir, em breve, para discutir o uso cultural do bem e para traçar o plano de gestão do monumento, no qual foram investidos R$ 7,5 milhões.
INTERVENÇÕES
Inaugurado em 1623, e tido como único forte com planta circular das Américas, as obras do Forte de São Marcelo tiveram um caráter mais estrutural, segundo o coordenador do PAC na Bahia, Mário Vítor Bastos. “Nosso principal desafio foi a reconstrução das muralhas externas, que estavam com muita erosão, por causa da maré. Na Bahia, o Iphan nunca havia feito nada do tipo”, comentou ele.
Ao todo, 44 profissionais estiveram envolvidos na obra, entre engenheiros, mergulhadores e restauradores. A reforma envolveu também pintura e impermeabilização, além da demolição da estrutura do antigo restaurante. “Quando chegamos aqui, as paredes estavam pretas, o mato quase na altura das portas das celas”, lembrou Mário. “O trabalho aqui foi muito mais técnico, diferente da igreja, que foi mais delicado, devido às obras de arte”, completou ele.
Para o superintendente do Iphan na Bahia, Bruno Tavares, a reabertura dos monumentos pode, além de melhorar a estrutura turística local, se tornar um novo ponto de encontro dos soteropolitanos. “Eles devem ser utilizados pela sociedade, o uso é a conservação”, comentou.
IMPORTANTE AVANÇO
O setor turístico comemorou a notícia da reabertura do São Marcelo. “É um equipamento muito importante. Antigamente tinha visitação. Dá até para ter restaurantes, fazer shows”, sugeriu o presidente da Federação Baiana de Hospedagem, Silvio Pessoa.
Já o presidente da seccional baiana da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Glicério Lemos, “é muito positivo para o fortalecimento do turismo de Salvador”. “Estamos ansiosos. Ele nunca poderia ter deixado de ser explorado e mostrado”, completou.
A segunda fase do PAC Cidades Históricas, iniciada em 2013, prevê aporte de R$ 1,3 bilhão em 44 cidades brasileiras. Na Bahia, 40 obras estão previstas, com investimento previsto de R$ 240 milhões, mas só seis estão na fase de construção, todas na capital — onde a previsão de aporte é de R$ 140 milhões.Além do forte e da igreja, em fase de entrega há ainda a restauração da Catedral Basílica (81% concluída); do anexo ao Plano Inclinado Gonçalves (64%); da Igreja do Passo (60%) e dos casarões vizinhos à Igreja da Conceição da Praia (22%). Além da visita ao Forte São Marcelo, o CORREIO também foi conferir como ficou a Igreja de São Domingos, no Terreiro de Jesus. Anteontem, a presidente do Iphan, Kátia Bogéa, visitou as obras já concluídas do templo, onde foram investidos R$ 11 milhões no restauro e na construção de uma ala nova para eventos. “A ideia da ala é resolver o problema da conservação desses monumentos. A ordem dominicana pode cobrar para fazer eventos no espaço e, com o dinheiro, manter a igreja”, sugeriu a dirigente.
Com exatos 285 anos, esta é a primeira restauração que a igreja recebe em cinco décadas. “Essa foi a restauração mais completa que tivemos. Recuperaram a edificação, o acervo, o telhado e o forro, onde haviam pinturas do século XVIII que estavam cobertas”, contou o membro da Ordem Terceira de São Domingos de Gusmão, Denilson Santos de Jesus, responsável pela administração do local.
Segundo ele, antes das obras do Iphan, as missas estavam ocorrendo na capelamor e a igreja não estava realizando eventos por conta da falta de espaço. “A irmandade está ansiosa para reabrir e voltar a fazer as missas, os casamentos e batizados na igreja. Com isso, esperamos conseguir fazer a manutenção”, declarou.