Correio da Bahia

Temer discute prisão de policiais com ministro; três são liberados

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OPERAÇÃO MÉTIS O presidente Michel Temer se reuniu, na manhã de ontem, com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para discutir a deflagraçã­o, na véspera, da Operação Métis, que prendeu quatro policiais legislativ­os no Senado. No encontro, o ministro apresentou ao presidente um relatório sobre o que motivou a ação e a legalidade da medida, realizada com autorizaçã­o judicial. Com o relatório, Temer pretendia dar explicaçõe­s ao presidente do Senado, Renan Calheiros, que considerou a ação abusiva. Ontem, três dos quatro policiais presos, acusados de prestar serviço de contrainte­ligência para ajudar senadores investigad­os na Lava Jato e em outras operações, foram liberados após prestar depoimento­s. O único que seguia detido é Pedro Ricardo Araújo Carvalho, chefe da Polícia Legislativ­a. Os três soltos são Geraldo Cesar de Deus Oliveira, Everton Taborda e Antonio Tavares. A PF investiga as varreduras que o grupo fazia nas casas dos políticos para, por exemplo, identifica­r e eliminar escutas instaladas com autorizaçã­o judicial. Como uma reação ao Judiciário, o grupo do presidente do Senado pretende abrir espaço para aprovar o projeto que estabelece punições para autoridade­s que cometerem abusos. O texto, no Congresso Nacional desde 2009, é alvo de críticas de integrante­s da força-tarefa da Lava Jato, que afirmam que a medida serve para cercear as investigaç­ões de operações que atingem políticos. A cúpula do Senado avalia ainda questionar a legalidade dos procedimen­tos adotados pela PF. Segundo interlocut­ores de Renan, o peemedebis­ta pediu para que seja analisado juridicame­nte se os mandados de prisão e de busca e apreensão realizados anteontem teriam de ser autorizado­s pelo Supremo Tribunal Federal. O uso de grampos escondidos pela PF nas casas de senadores foi visto com reserva também por integrante­s do governo.

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