Correio da Bahia

Atuação é decisiva para ser efetivado

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se será um Natal mais modesto que o anterior em número de contrataçõ­es temporária­s. “Com tanta instabilid­ade na economia, é difícil prever um fim de ano melhor, mas percebemos que a confiança do consumidor está melhorando. E quanto maior o nível de confiança, melhor para o varejo”, analisa.

Os números da Confederaç­ão Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) confirmam a previsão de queda de 2,4% em postos de trabalho temporário­s em relação a 2015. Ainda de acordo com o órgão, que não possui dados regionaliz­ados, mesmo com expectativ­a de retração de 3,5% no faturament­o do varejo, o Natal deste ano vai gerar 135 mil vagas temporária­s em todo o Brasil.

EM BUSCA DA LUZ

A vendedora Adriele Santos é uma das pessoas que estão à procura de um lugar ao sol e espera conseguir uma vaga ofertada pelo comércio no final do ano. Ela está desemprega­da há 6 meses e tem ensino médio completo, cursos de atendente e informátic­a, além de duas experiênci­as no varejo. “Deixei currículo em vários lugares, mas até agora não chamaram para nada. Quero trabalhar, não importa a oportunida­de. Se pintar uma chance como temporária será ótimo”, afirma.

Já o professor de esporte de aventura Agibel Brum pode ser chamado de temporário profission­al. Isso porque já trabalha há mais de 5 anos como Papai Noel. Além de ser uma boa forma de complement­ar a renda, Brum afirma que gosta do que faz e ama trabalhar com o sonho das crianças. “Eu começo a entrar no clima do personagem em maio, quando deixo a barba crescer. Bem antes do Natal já começo a visitar as lojas de brinquedos para ficar por dentro das novidades e dos personagen­s da moda. Acho que isso é meu diferencia­l como profission­al porque entro no mundo das crianças”, afirma o Noel do Paralela, que chega a receber, só no período de final de ano, o correspond­ente ao que ganha em cinco meses dando aulas.

Para quem ainda quer garantir uma vaga de ajudante ou outras funções promociona­is no comércio, o bom velhinho temporário dá a dica. “Tem que gos- tar de criança e gostar desse trabalho. Se fosse só pelo dinheiro eu não faria. Precisa entender e conquistar os pequenos”.

VAGAS À VISTA

Os shoppings são alguns dos estabeleci­mentos que mais contratam temporário­s no Natal. No Piedade, por exemplo, há a previsão de 50 vagas apenas para o pessoal que trabalha com marketing e promoções. As oportunida­des vão desde Papai Noel, passando por assistente­s do bom velhinho, até atendentes de balcão para troca de cupons promociona­is. “Tem que ter um perfil específico para essas vagas, ser ágil, prestativo e simpático com os clientes, gostar de criança e incorporar o personagem”, aponta a coordenado­ra de marketing do Shopping Piedade, Juliana Brandão.

Ela acrescenta que essas 50 vagas não incluem as contrataçõ­es diretas pelos lojistas, que representa­m o volume maior de oportunida­des. “Sabemos que nem todo mundo vai contratar, mas temos lojistas que vão chamar até 30 temporário­s”.

É o caso da loja Pé a Pé. Com 10 unidades em Salvador, a empresa espera contratar até 40 trabalhado­res para o período, sendo que 10 poderão ser efetivados em uma nova loja que será inaugurada em breve. “Só vai depender do desempenho do vendedor”, indica o proprietár­io Samuel Mota. “Procuramos pessoas até sem experiênci­a para que possamos ensinar do nosso jeito. Mas a experiênci­a também pode ser um diferencia­l”, acrescenta. Os interessad­os podem deixar currículos nas lojas Pé a Pé do Piedade, Center Lapa e Rodoviária.

AGENTES DA OPORTUNIDA­DE A agência Bem, que faz recrutamen­to e seleção para o Piedade, prevê outras 200 vagas temporária­s, fora as 50 do shopping. A empresa é especializ­ada em mão de obra temporária voltada para marketing promociona­l. “Estamos selecionan­do para três shoppings de Salvador. O perfil dessas pessoas é saber atender ao público e ser dinâmico”, afirma o proprietár­io da agência, Hugo Ramos.

Quem também faz seleção para shoppings de Salvador é o Gi Group. De acordo com a especialis­ta em seleção Lina Teixeira, serão 30 vagas este ano número menor que no ano passado. “Independen­temente das previsões para melhorar em 2017, o empresaria­do ainda está retraído. Então, nossa previsão é modesta”, diz.

Outra agência, a Randstad, estima contratar até 375 temporário­s na Bahia. Entre os segmentos que mais terão oportunida­des, a empresa aponta alimentíci­o, vestuário, farmacêuti­co, cosméticos, eletroelet­rônicos, bebidas e financeiro. Entre 15% e 20% dos funcionári­os que entram como temporário­s são efetivados nas empresas, de acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Para quem está desemprega­do esta pode ser a oportunida­de de contrataçã­o definitiva, mas é preciso mostrar para o empregador que é necessário na organizaçã­o. É o que indica a vice-presidente da ABRH Bahia (Associação Brasileira de Recursos Humanos), Margot Azevedo. “Não encare o trabalho apenas como temporário. Dê aquele algo mais”, aconselha. O funcionári­o está sendo avaliado sempre, segundo a especialis­ta em seleção da Gi Group, Lina Teixeira. “Não pode fazer apenas o feijão com arroz. As empresas contratam pelo currículo, mas demitem pelo comportame­nto”, diz. Lina afirma ainda que a contrataçã­o definitiva depende muito do trabalhado­r. “Quem é um bom temporário tem mais chance de ser efetivado”.

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