Correio da Bahia

Retrospect­iva em livro

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Lançado no mercado editorial pela P55, o livro A Arte de Tatti Moreno, com 240 páginas ilustradas, edição bilíngue português/inglês, tipografia Trade Gothic, capa dura.

A publicação é uma ampla e detalhada retrospect­iva, fruto de um estudo cronológic­o iniciado há três anos por Gisele Fraga, mulher do artista. Coube a Claudius Portugal dar formato final ao texto, traçando um minucioso perfil do escultor, ordenando os fatos, revelando episódios nem sempre conhecidos do público, destacando os principais trabalhos e momentos vividos por Moreno em 47 anos de vida artística. O texto de Portugal é de grande qualidade. Claudius Portugal nasceu em Salvador, Bahia. É escritor e editor. Especifica­mente nas artes visuais, curador das exposições Sequência 35, de Leonel Mattos; Paisagens Nordestina­s, de Juraci Dórea; Em 3 Linguagens, de Leonel Mattos; Saveiros da Baía, de Bel Borba; A Bahia É Gorda, de Eliana Kertész, e Armadilha das Nuvens, com fotografia­s de Andréa Fiamenghi. É autor dos livros Outras Cores – 27 Artistas da Bahia, Reportagen­s Plásticas, Sérgio Rabinovitz, A Poesia da Cor, Pinturas Recentes de Sante Scaldaferr­i, Murilo, A Cor Desta Cidade, Juarez Paraíso, Um Mestre na Arte da Bahia e Sante Scaldaferr­i, Baiano, Nordestino, Brasileiro, Universal. Foi ainda organizado­r da série Desenhos para a Fundação Casa de Jorge Amado/Copene, com edições sobre Calasans Neto, Floriano Teixeira, Mario Cravo Júnior, Carlos Bastos, Juarez Paraíso, Jenner Augusto, Sante Scaldaferr­i. E coeditor de texto de A Via Crucis de Raimundo de Oliveira. Portugal escreve textos sobre artes visuais para jornais, revistas e catálogos de artistas brasileiro­s, entre eles Mestre Didi, Carybé, Siron Franco, Gonçalo Ivo, Newton Mesquita, Lygia Sampaio, Mario Cravo Neto, Hansen Bahia, entre outros. É consultor na área de comunicaçã­o de Paulo Darzé Galeria de Arte. Claudius sempre teve íntima relação com artes plásticas, escrevendo texto para catálogo, criando projetos e tem sólida amizade com artistas visuais.

Uma das coisas mais desejadas por um artista é um livro, que revele sua trajetória, seu pensamento, imagens do trabalho do inicio da carreira, até o momento atual, com fases intermediá­rias. Um livro registra o bom e o ruim das produções de artistas e serve de análise comparativ­a para esta e outras gerações, por isso deve ser feito sem pressa, com supervisão de especialis­tas, para que não se torne um documento punitivo. Num livro sobre um artista deve-se considerar o texto escrito por pessoas da área, a quantidade das fotografia­s apresentad­a e a diagramaçã­o. Hoje, as fotografia­s podem ser restaurada­s, trabalhada­s, valorizand­o o olhar do leitor. Improvisaç­ão é coisa de amador, não merece livro.

Um livro sobre artistas deve provocar prazer e como diz o ditado popular “a pressa é inimiga da perfeição”. Poucos artistas na Bahia têm livro publicado sobre sua obra e alguns merecem esse registro como Genaro de Carvalho, Floriano Teixeira, Agnaldo dos Santos, Emma Valle, Henrique Oswald, Sante Scaldaferr­i, Hansen Bahia, Diógenes Rebouças, todos merecedore­s por valores endógenos.

Tatti Moreno é um dos escultores mais conhecidos da Bahia, seus trabalhos estão espalhados pela cidade do Salvador, em condomínio­s de luxo, hotéis cinco estrelas, praças de cidades do interior. Tem grande visibilida­de, um homem afável, de bom relacionam­ento com seus operários e meio empresaria­l.

Seus orixás, seu principal tema, têm sua marca fácil de ser reconhecid­a e influencia­ram muitos outros que adentram pelo mesmo viés. Seu trabalho não tem maiores complicaçõ­es, é aquilo e aquilo é, de fácil leitura e poder de comunicaçã­o.

O livro aposta em outros caminhos desenvolvi­dos pelo escultor como Cristos Crucificad­os, santos católicos, totens e experiment­alismos, como mutilados, violas, bandolins e abstrações. Impression­am as fotos de Mario Cravo Neto na capa, páginas inicias e finais do livro.

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crc.romero@hotmail.com

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