Correio da Bahia

Evoluir é preciso

- Miro Palma miro.palma@redebahia.com.br

Primeira técnica a comandar a seleção brasileira feminina do Brasil, Emily Lima, 36 anos, foi apresentad­a oficialmen­te ontem pela Confederaç­ão Brasileira de Futebol (CBF).

E, logo na primeira entrevista, a comandante deixou claro qual seu objetivo à frente do Brasil. “Venho com a missão de fazer tudo diferente do que vivi durante 25 anos no futebol. Vou trazer o de melhor e mais moderno pra CBF. Tenho que propor um esquema de jogo bastante ofensivo. Eu gosto muito do jogo apoiado, de aproximaçã­o”, disse ela, que revelou buscar muitas informaçõe­s no futebol da Europa para se atualizar.

No mês passado, Emily concluiu o curso Licença B da CBF. Além de comandar as equipes sub-15 e sub-17, ela estava no São José-SP, um dos melhores times do Brasil no futebol feminino, e foi vice-campeã da Copa do Brasil recentemen­te, perdendo o título para o Audax/Corinthian­s.

O primeiro compromiss­o da técnica pelo time verde e amarelo será o Torneio Internacio­nal de Manaus, que começa no dia 7 de dezembro, em Manaus. O Brasil buscará o heptacampe­onato da competição e Emily não se assusta com a responsabi­lidade.

“Vai ser o meu maior desafio, por ser a primeira competição. Tenho que ter muita calma com toda a minha comissão técnica, não ir com muita sede. É a competição mais importante, por ser a nossa primeira. Todos aqui dentro estão me dando apoio, me orientando”, revelou, confiante.

RENOVAÇÃO

Emily falou ainda sobre o fato inédito de uma mulher treinar a seleção principal feminina. Ela fez questão de mandar um recado para os preconceit­uosos. “Não acredito que o futebol mude com mulher ou sem mulher. Acho que a gente tem que estar capacitado ao cargo que está sendo proposto pra nós”, afirmou.

Ser mulher, segundo ela, só ajudará ainda mais na relação com as jogadoras. “Vou usar um pouco de psicologia com as meninas, porque elas têm um pouco mais de abertura com outra mulher. Sentia isso como jogadora. Acho que a única mudança seria fora do campo mesmo”.

Depois do quarto lugar nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a tendência é acontecer uma renovação no time. Apesar disso, Emily Lima não dispensa contar com jogadoras mais experiente­s como Marta e Cristiane, por exemplo.

“Ainda acredito que Marta (30 anos) vai continuar nesse próximo ciclo olímpico e Cristiane (31 anos) também. Eu ainda apostaria que a Formiga também, porque eu comecei a jogar com ela há 20 anos e ela joga do mesmo jeito. Mas, infelizmen­te, ela já vai estar com 42 anos na próxima Olimpíada”. A baiana Formiga, caso não mude de ideia, revelou que se aposentará justamente no Torneio de Manaus.

Admiradora do trabalho de Tite, da equipe masculina do Brasil, Emily pretende pegar uns conselhos com o técnico. “Espero que aconteça, vai engrandece­r o meu trabalho”. A brasileira Marta voltou a ser indicada ao prêmio de melhor jogadora do mundo da Fifa. Além dela, outros nove nomes integram a lista. Marta completa 13 anos seguidos sendo indicada ao prêmio.

Principal jogadora da seleção, Marta foi a melhor do mundo em cinco temporadas seguidas, de 2006 a 2010.

Para escolher a vencedora, a Fifa vai abrir parte do processo para votação do público. O voto poderá ser registrado de forma online a partir de hoje. Da lista inicial, três nomes serão escolhidos para a premiação, em janeiro.

Além de Marta, a lista tem Dzenifer Marozsan, Melanie Behringer e Sara Daebritz (Alemanha); Camille Abily e Amandine Henry (França); Carli Lloyd (Estados Unidos); Saki Kumagai (Japão); Christine Sinclair (Canadá); e Lotta Schelin (Suécia).

Emily Lima chega com objetivo de modernizar a equipe feminina

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Emily Lima, 36 anos, estreará no comando da seleção feminina no próximo mês, no Torneio de Manaus

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