Correio da Bahia

Despedida e saudade

- Moysés Suzart moyses.suzart@redebahia.com.br

Com as honras de um herói, o meia Arthur Maia foi velado e sepultado ontem, em Maceió. Seu corpo chegou na manhã de domingo e percorreu pelas ruas da capital alagoana em cima do carro dos bombeiros até o cemitério Parque das Flores, onde foi sepultado.

O sentimento foi de comoção geral. Diversos amigos e colegas do Vitória, onde Maia foi revelado, estiveram no velório, como Caculé, Gustavo, Reniê, Junior Timbó, Leumir e Edson. Todos eles iniciaram juntos na divisão de base rubro-negra. O presidente do Leão, Raimundo Viana, também compareceu à cerimônia. “Não era apenas uma relação de presidente e jogador. Eu tratava Arthur Maia como um amigo. É um dia de profunda tristeza”, disse Viana.

Com o caixão forrado com as bandeiras da Chapecoens­e, do Vitória e do Brasil, o velório do atleta de 24 anos foi aberto ao público. Entre os familiares, o pai de Arthur, Roberto Maia, agradeceu o carinho que recebeu em todos os lugares. Na Colômbia, em Chapecó e em Maceió. “É muito difícil. Queria muito que ele estivesse chegando como campeão sul-americano, mas não vai ser assim. A gente vê o que a Colômbia fez e diz assim: a humanidade tem jeito. Isso conforta. É um exemplo sensaciona­l para o nosso país. Meu filho ia casar (em 2017), inclusive a noiva está aqui, mas Deus não quis e vamos tentar seguir os rumos, mas sempre com ele no peito. Eu agradeço pelas palavras e apoio recebido, até de gente que não conhecia o Arthur. Fica a saudade, mas jamais iremos esquecê-lo”, disse, ao globoespor­te.com.

Bastante emocionada, a mãe de Arthur, Kátia Melo, não conseguia acreditar no que estava acontecend­o. “Não tô acreditand­o que meu Arthur foi embora. Tá doendo muito. Uma parte de mim se foi”, disse, ao jornal Gazeta de Alagoas. Ainda muito abalada, a noiva do atleta, Fernanda Abreu, preferiu não conversar com a imprensa.

Com presença de amigos do Vitória, corpo de Arthur Maia é sepultado

HISTÓRIA

Arthur Maia chegou no Vitória em 2002, quando ainda tinha 10 anos. Foi destaque na base, mas não conseguiu se firmar entre os profission­ais do Leão e acabou emprestado por diversos clubes, como Flamengo, América-RN e Joinville. Este ano, Maia foi cedido para a Chapecoens­e no meio do ano. O jogador estava no avião que caiu na Colômbia com a delegação do time catarinens­e, vitimando 71 pessoas, a maioria atletas do clube, comissão e jornalista­s esportivos que iriam cobrir a final da Sul-Americana.

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Caixão de Maia é envolto com bandeiras do Brasil, Vitória e Chapecoens­e

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