Correio da Bahia

24h Vasco debaixo d’água

- ALEXANDRO MOTA E TAILANE MUNIZ

Quando viu a quantidade de água correndo pela rua, sem uma gota de chuva caindo do céu, Vera Menezes, dona de um pequeno restaurant­e no Dique do Tororó, entrou logo em desespero. “Achei que o Dique tinha enchido por conta da chuva”, conta. Ela não foi a única a se assustar com o rio em que a Avenida Vasco da Gama se transformo­u, logo no início da manhã de ontem.

Por volta das 6h, uma adutora rompeu e causou um alagamento parcial da via, na altura da Perini, antes do viaduto que liga a Vasco à Avenida Garibaldi. Os motoristas que passavam pela via enfrentara­m trânsito complicado e, segundo a Transalvad­or, o congestion­amento durou, pelo menos, 1 hora e meia.

O aposentado Valter Nogueira, que tinha médico marcado na região do Iguatemi, desistiu de ir à consulta por conta do rompimento. “Quando eu vi o tanto de água que estava transborda­ndo pela rua, fiquei morrendo de medo. Achei que era uma coisa mais grave. Eu tenho medo de água. Em 68 anos de vida, eu nunca atravessei água corrente. É superstiçã­o”, diz.

A operadora de telemarket­ing Dina Bastos chegou atrasada no trabalho em função do incidente. “Os ônibus ficaram sem passar por um tempo. Tentei pedir um táxi, mas os taxistas se recusavam a passar por lá. Só consegui chegar no trabalho uma hora depois do meu horário, porque consegui pegar um mototáxi”, explica Dina, que mora no Vale das Muriçocas.

Quem também teve prejuízos por conta do rompimento foi o universitá­rio Paulo Nobre. “Eu tinha prova hoje no primeiro horário, mas por conta disso não tive como chegar na faculdade em tempo. Resultado: perdi a prova e vou ter que pagar por uma segunda chamada”, lamenta.

Por conta do rompimento, a Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa), responsáve­l pela adutora, precisou suspender o fornecimen­to de água em dois bairros próximos: Sete Portas e Baixa dos Sapateiros. A manutenção na rede começou por volta das 10h e a previsão era de que terminasse ainda durante a tarde.

Funcionári­a de um hotel na Baixa dos Sapateiros, Verônica Ramos relata que foi necessário suspender algumas atividades por conta da interrupçã­o no fornecimen­to de água. “Hoje é o dia de nossa faxina geral aqui no hotel.

Não deu para fazer isso porque temos medo de gastar a água e, por algum motivo, ela não voltar e faltar para coisas básicas como banheiros, por exemplo”, explica.

Ontem à noite, a Embasa informou que o serviço havia sido concluído e o abastecime­nto retomado, com regulariza­ção prevista para as próximas horas.

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Aguaceiro tomou conta da Avenida Vasco da Gama, ontem de manhã, e complicou o trânsito

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