Correio da Bahia

24h Maia defende reforma com voto em lista e financiame­nto público

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ELEIÇÕES E POLÍTICA O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu em entrevista coletiva a adoção de um sistema eleitoral com voto em lista pré-ordenada e financiame­nto público de campanha. Na ocasião, após uma palestra na capital paulista, Maia disse que o Brasil precisa ter um novo sistema eleitoral válido já para a próxima disputa presidenci­al, em 2018.

“Eu espero que a gente possa ter um novo sistema eleitoral para o Brasil em 2018. Pode ser o voto em lista pré-ordenada, pode ser o sistema misto, o modelo Alemão, que tem metade de lista mista e voto distrital. Pode ser o distrital”, afirmou. “Eu defendo e tenho defendido o (modelo) da lista pré-ordenada pelo financiame­nto público”, destacou Maia.

Pelo sistema defendido por Maia, o eleitor vota no partido, cuja cúpula definirá uma lista ordenada dos candidatos que serão eleitos. A sigla que tiver mais votos conseguirá o maior número de cadeiras, que serão ocupadas pelos primeiros da lista. Hoje, o eleitor vota diretament­e no candidato. Para valer nas eleições de 2018, novas regras teriam que ser aprovadas no Congresso Nacional até outubro deste ano, como determina a legislação eleitoral.

Maia afirmou ainda que qualquer modelo usado em outros países pode ser testado no Brasil. “Acho que qualquer modelo existente no mundo, não uma nova invenção brasileira, qualquer desses modelos que têm dado certo tanto nos Estados Unidos quanto na Europa precisam ser testados no Brasil”, afirmou. Para o presidente da Casa, “o Brasil não pode entrar na próxima eleição com esse sistema que está”. Ontem, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, disse que atual sistema político brasileiro está “exaurido”, mas criticou a realização de plebiscito ou referendo para tratar do tema. A declaração de Mendes foi dada horas após a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, defender que cabe ao povo escolher, nas urnas, o modelo ideal para o sistema.

“Quero que a democracia se construa como é da sua essência: do cidadão para a cidadania”, disse Cármen Lúcia, em Belo Horizonte, onde fez palestra na Pontifícia Universida­de Católica de Minas Gerais (PUC-MG). “Todas as ideias são válidas, agora é preciso fazer isso no tempo. Daqui a pouco (vamos) ficar perguntand­o sobre a qualidade da carne em plebiscito”, disse Gilmar, após participar de seminário na sede do TSE, em Brasília. A investida pela aprovação de uma reforma política que inclua lista fechada e criação de fundo público eleitoral entrou na pauta dos protestos marcados para o próximo domingo em dezenas de cidades do país.

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