Reforma prevê contribuição de, no máximo, 5% para trabalhador rural
APOSENTADORIA Com a reforma da Previdência, o governo planeja exigir de trabalhadores rurais uma contribuição máxima de 5% do salário mínimo, disse o secretário de acompanhamento econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida. Hoje, eles têm regras diferentes de aposentadoria das de trabalhadores urbanos. Mesmo não contribuindo com a Previdência, têm acesso ao benefício ao atingirem a idade mínima de 55 anos (mulheres) e 60 anos (homens) se comprovarem o exercício da atividades no campo. Pela proposta de reforma, os regimes seriam unificados. Para se aposentar, trabalhadores rurais também serão obrigados a contribuir por 25 anos e ter uma idade mínima de 65. A diferença é que o benefício continuará a ser subsidiado em parte, uma vez que a contribuição exigida, de 5% no máximo, é inferior à alíquota do setor privado, que hoje varia entre 8% e 11%. Mansueto defendeu a proposta, dizendo que a mudança permite o acesso do trabalhador rural a outros benefícios previdenciários, como o auxílio doença. Segundo o governo, o comum hoje é que o trabalhador rural busque a Previdência, regularizando sua situação, apenas quando está próximo da aposentadoria. Deputados que defendem a reforma reclamam que estão sofrendo ameaças. Reportagem da Folha de S. Paulo de ontem mostrou que a pressão aos parlamentares ocorre nas redes sociais e em locais públicos, como restaurantes e aeroportos, e até na porta de casa. Um acampamento equipado com banheiro químico foi montado na frente do condomínio em que mora o presidente da comissão da Previdência, Carlos Marun (PMDB-MS), em Campo Grande. A cobrança também chega por mensagem e ligação no telefone pessoal, diz o peemedebista.