Correio da Bahia

Uma hora de pânico e medo

- DAS AGÊNCIAS

Quem tentou atravessar a ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro, ontem de manhã a bordo do ônibus da linha 409 (Alcântara-Niterói) viveu 60 minutos de agonia. Os passageiro­s do ônibus foram feitos reféns entre as 8h50 e as 9h50 por um bandido que tentou assaltar o coletivo.

O assalto foi anunciado na altura da Avenida do Contorno, uma das vias mais movimentad­as e uma das principais ligações à ponte Rio-Niterói no sentido capital. O ônibus não pegaria a ponte em seu trajeto usual. A suspeita é de que o coletivo tenha subido o acesso a mando do assaltante. De acordo com a polícia, cerca de 30 pessoas seguiam no ônibus vindo de Alcântara, em São Gonçalo, com destino a Niterói, quando foram surpreendi­dos pelo bandido.

O motorista sinalizou a uma patrulha da Polícia Rodoviária Federal que fazia fiscalizaç­ão na região que estava com problemas e os agentes abordaram o ônibus. O assalto interditou a Avenida do Contorno, provocando grande engarrafam­ento. Agentes da PRF e da Polícia Militar cercaram o ônibus para negociar com o criminoso.

Ele liberou três reféns. Por volta das 9h50, quando policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) chegaram ao local, ele se entregou. O assaltante exigiu a presença de sua mulher antes de se render. Ninguém ficou ferido. Segundo a polícia, o homem se chama Jhon Lenon Barbosa, 25, e está em liberdade condiciona­l. Ele praticou o assalto com uma réplica de uma pistola.

O histórico criminal de Barbosa aponta duas passagens pela polícia, por receptação (2011) e roubo (2012). Ele foi levado para a 76ª Delegacia de Polícia, em Niterói. Titular da unidade, o delegado Gláucio Paz informou que o preso será autuado por roubo qualificad­o. Até o fim da manhã de ontem, seis pessoas haviam prestado depoimento, entre elas um passageiro que ficou em poder do bandido.

Em entrevista ao jornal Extra, o tenente-coronel Fabio Marçal, subcomanda­nte do 12º BPM (Niterói), informou que o assaltante mora no bairro de Vila Lage, em São Gonçalo. Ele pegou o ônibus no Barreto, em Niterói, perto da quadra da Escola de Samba Unidos do Viradouro, e anunciou o assalto perto da Comunidade Buraco do Boi.

“O tempo todo negociamos, com o objetivo de preservar a vida dos reféns. Ele (o bandido) também se mostrou sensível à situação, pediu a presença da esposa, que ajudou na negociação. Ele foi liberando os mais nervosos e as mulheres primeiro”, informou o tenente-coronel ao Extra.

Um dos últimos a sair do ônibus após o fim do assalto, o passageiro Felipe Roseano contou em entrevista ao jornal O Globo que notou que a arma era de plástico ainda durante a negociação. Roseano, então, conversou com o bandido e ajudou os passageiro­s mais nervosos.

“No começo foi bem assustador. Ele falou que queria celular de todo mundo e dinheiro, porque assinaria a condiciona­l hoje (ontem) e não tinha dinheiro para isso nem para alimentar o filho. Eu via o desespero dele. Ele só pareceu agressivo quando os policiais queriam entrar (no coletivo). Eu falei para ele que sabia que a arma era de brinquedo e ele me respondeu: ‘Cara, eu já perdi. Eu sei’”, relatou a testemunha em entrevista ao vivo no Facebook do Globo.

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Cerca de 30 passageiro­s foram feitos reféns
 ??  ?? Assaltante exigiu presença da mulher pra se render
Assaltante exigiu presença da mulher pra se render
 ??  ?? Arma usada pelo assaltante era de brinquedo
Arma usada pelo assaltante era de brinquedo

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