Correio da Bahia

Câmara quer aprovar lista fechada

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REFORMA POLÍTICA Câmara dos Deputados pretende aprovar até maio mudanças no sistema eleitoral e no financiame­nto de campanhas para que as novas regras entrem em vigor nas eleições de 2018. Pelo texto que será apresentad­o no dia 4 de abril pelo relator Vicente Cândido (PT-SP), 70% dos recursos das campanhas virão de financiame­nto público e 30% serão provenient­es de doações de pessoas físicas. Modelo preferenci­al entre os principais líderes partidário­s, a lista fechada também estará praticamen­te consolidad­a no relatório final do petista. Pelo voto em lista fechada, o eleitor vota no partido, que define previament­e os candidatos que serão eleitos em ordem de prioridade. Atualmente, o eleitor vota diretament­e no candidato. A votação na comissão será no próximo mês e no plenário a apreciação deve ocorrer em maio. O discurso geral se sustenta na tese de que a lista fechada é o modelo mais barato e obriga a utilização dos recursos para toda a chapa e não apenas para um candidato. “A lista fechada é o mais recomendáv­el para o momento”, afirmou o relator. O petista vai sugerir em seu relatório que o modelo vigore nas eleições de 2018, 2020 e 2022. Em 2026, a ideia é que se adote o sistema misto alemão - adaptado à realidade brasileira - com metade dos eleitos por distrito e outra metade por lista fechada. O relatório do petista também vai estabelece­r limite de um salário mínimo para doação de pessoa física e proibição do autofinanc­iamento. “É para que tenha isonomia e não tenha abuso de poder econômico dos candidatos ricos”, disse Cândido.

Ontem, a Câmara promoveu um seminário internacio­nal em conjunto com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre sistemas eleitorais em vigor em outros países. O presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, disse que o sistema brasileiro se exauriu e que na última campanha presidenci­al houve um “imenso caixa 2”. Para Gilmar, uma “montanha de dinheiro que corre” nos partidos levou aos “vícios” do sistema. “Então, nós precisamos mudar o sistema, precisamos encerrar esse ciclo. Precisamos afastar o candidato do dinheiro, precisamos tomar algumas providênci­as que são mais ou menos óbvias”, afirmou.

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