Correio da Bahia

Renda cai e Brasil estaciona em ranking de desenvolvi­mento

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INDICADORE­S Pela primeira vez desde 2004, o Brasil estacionou no ranking do desenvolvi­mento humano. A maior recessão da história fez a renda da população despencar e freou o avanço que se observava no Índice de Desenvolvi­mento Humano (IDH), calculado pelas Nações Unidas, desde 1990. Ele permaneceu em 0,754 entre 2014 e 2015 e manteve o Brasil na 79ª posição num ranking de 188 nações. Pelos critérios da ONU, quanto mais próximo de 1, maior é o desenvolvi­mento humano de um país. O IDH é calculado com base em indicadore­s de saúde, educação e renda. Inicialmen­te, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi­mento (Pnud) havia informado que o índice brasileiro crescera continuame­nte desde 1990. Mas o IDH brasileiro recuou em dois momentos nesse período: em 2003, e depois em 2004, quando o índice passou de 0,695 para 0,694. A coordenado­ra do Relatório de Desenvolvi­mento Humano (RDH) Nacional, Andréa Bolzon, afirmou, ontem, que o fato de o Brasil ter ficado estagnado em 2015 acende uma luz amarela para o país, que pisou no freio por causa da queda na renda. Outro aspecto preocupant­e, segundo ela, é o fato de o Brasil perder posições no desenvolvi­mento humano quando o indicador é calculado levando em consideraç­ão as desigualda­des. Quando elas entram na fórmula, o país perde nada menos que 19 posições no ranking. O país só fica atrás do Irã e de Botsuana. Também neste caso, a renda é o principal problema brasileiro. Ela é o principal fator de desigualda­de entre os brasileiro­s. Segundo o Relatório de Desenvolvi­mento Humano (RDH) 2016, o Brasil, que está na lista de nações com alto desenvolvi­mento humano, conseguiu avanços discretos em saúde e educação. A expectativ­a de vida ao nascer, por exemplo, subiu de 74,5 anos para 74,7 anos. Já a média de anos de estudo passou de 7,7 anos para 7,8 anos entre 2014 e 2015. A expectativ­a de anos de estudo ficou em 15,2 anos. No entanto, a Renda Nacional Bruta (RNB) per capita caiu de US$ 14.858 para US$ 14.145, o que representa uma retração de 4,8%.

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