Correio da Bahia

Perda de água da Embasa chega a 38,5%

-

Para o engenheiro ambiental e professor da Escola Politécnic­a da Ufba Asher Kiperstok, a medida mais improtante para garantir a economia é controlar as perdas de água pelo sistema, através de ligações clandestin­as (gatos) e vazamentos causados pela tubulação envelhecid­a.

A Embasa, segundo dados de 2015 do Sistema Nacional de Informaçõe­s Sobre Saneamento (SNIS), tem uma perda de 38,5%. Segundo dados divulgados pela própria Embasa em 2015, a perda no estado chegava a 249,4 milhões de m³ - suficiente para abastecer uma cidade como Salvador por 15 meses, conforme o padrão de consumo de 2014.

“Israel pratica perdas de 10%. As empresas municipais têm penalidade­s se não trabalhare­m na direção de perdas da ordem de 7%, sendo que tem cidades que trabalham de 3%”, diz o engenheiro, criticando o alto desperdíci­o de água no Brasil.

Para ele, o Plano Nacional de Saneamento Básico, que trabalha com a meta de que até 2030 o Brasil chegue a 31% (a média de 2015 é de 36,7%), é pouco ambicioso.

Em 2015, Salvador estava na segunda faixa de classifica­ção entre as cidades brasileira­s com as maiores perdas de água. Na ocasião, o índice de Salvador era de 48,70% ou seja, quase metade da água ofertada era perdida, quando o ideal, de acordo com o Instituto Trata Brasil, uma organizaçã­o de proteção dos recursos hídricos e saneamento, era de 15%.

O presidente da Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa), Rogério Cedraz, aponta que a maioria de perdas no sistema se deve aos ‘gatos’. “As ligações clandestin­as gastam de 30% a 50% a mais que uma ligação normal, porque não tem o controle de custo”, justifica. No Nordeste, além da Bahia, os estados do Piauí, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte integram o mapa dos que mais desperdiça­ram de 2009 a 2014. Em tempos de crise hídrica, o consumidor também pode fazer a sua parte para economizar água. A Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa) também lançou uma campanha para estimular o consumo consciente.

“Mais do que nunca, o uso racional da água é imprescind­ível. A Embasa e o Governo estão fazendo obras emergencia­is para minimizar os efeitos da estiagem, mas evitar o desperdíci­o é fundamenta­l para preservaçã­o do recurso hídrico disponível”, explica o presidente da Embasa, Rogério Cedraz.

Para reduzir o consumo em casa, vale evitar o uso de mangueiras para regar plantas, lavar calçada ou o carro. É sempre importante fechar a torneira quando for ensaboar pratos ou o corpo durante e banho. Acumular roupas sujas antes de colocá-las na máquina de lavar ajuda na economia. Esses aparelhos consomem, em média, 110 litros de água por lavagem.

Acompanhar o consumo de água e preparar uma tabela de controle são atitudes fundamenta­is. Verificar os números do hidrômetro facilita identifica­r vazamentos com mais rapidez.

Segundo o professor de Engenharia Ambiental da Escola Politécnic­a da Universida­de Federa da Bahia (Ufba), Asher Kiperstok, o acompanham­ento do hidrômetro é o método mais eficiente para a redução do consumo. “Apenas essa medida leva a redução do consumo de 20% a 30%”, estima.

É importante ainda verificar se as torneiras estão bem fechadas. Sem torneiras pingando dá para economizar de 12 a 20 litros de água todos os dias, de acordo com a Embasa. A economia pode ser ainda maior se o consumidor verificar se a descarga dos banheiros está bem regulada: a cada vez que é usada, a descarga utiliza de 10 a 12 litros de água.

 ??  ?? De acordo com Inema, volume útil de Santa Helena é pouco acima de 11%
De acordo com Inema, volume útil de Santa Helena é pouco acima de 11%

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil