Familiares acusam policiais por mortes e pedem que SSP apure
BAIRRO DA PAZ Com intuito de cobrar mais empenho à investigação em relação às mortes de dois rapazes no último domingo, no Bairro da Paz, pouco mais de 60 pessoas fizeram uma caminhada ontem rumo à Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), no CAB. Parentes e amigos das vítimas, que não tinham antecedentes criminais, acusam homens que se identificaram como policiais militares de terem assassinado os dois. Os bandidos estavam encapuzados e saíram de um Peugeot preto. “Eles (as vítimas) não eram bandidos. Eram trabalhadores. Queremos que o caso não fique impune. Queremos celeridade nas investigações”, disse a dona de casa Elisângela Santos Oliveira, 38 anos, mãe do auxiliar de petshop Rafael Oliveira Miranda, 17, um dos mortos. Vestidos de branco e segurando cartazes e faixas, eles saíram às 8h30 do bairro e chegaram na sede da SSP às 10h10, onde uma comissão foi recebida por representantes da pasta. Os manifestantes ocuparam duas das cinco faixas da Avenida Paralela, no sentido rodoviária, e o trânsito ficou lento. “A reivindicação será analisada. A população pediu um estreitamento nos laços entre as unidades policiais que atuam no bairro e os moradores”, declarou o major Kley Oliveira Menezes, comandante da 82ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIMP/CABParalela). Segundo a SSP, a polícia solicitou imagens das câmeras de vigilância de casas comerciais situadas próximo ao local do crime e busca identificar os envolvidos nos assassinatos - a segunda vítima foi Michael de Jesus Silva. Um terceiro rapaz, não identificado, foi baleado de raspão. A polícia já colheu depoimento de oito pessoas. Segundo a delegada Rosimar Malafaia, as investigações estão avançadas, mas ela não adiantou mais detalhes.