Correio da Bahia

Rui diz que só discutirá verba com a Fapesb

- Carol Aquino e Tailane Muniz mais@redebahia.com.br

As dificuldad­es financeira­s enfrentada­s pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), que tem dívida de cerca de R$ 70 milhões com pesquisado­res em decorrênci­a do corte de verbas por parte do governo, serão tratadas pelo governador do estado, Rui Costa (PT), diretament­e com representa­ntes da Fundação e da Universida­de Federal da Bahia (Ufba).

O CORREIO questionou o governador sobre as razões do corte e do atraso nos repasses, além de quais soluções serão adotadas pelo governo para resolver o problema da falta de verba para pesquisas científica­s. No entanto, a Secretaria de Comunicaçã­o respondeu, em nota, que, “para Rui, não é adequado o uso da imprensa para tratar de questões institucio­nais que devem ser solucionad­as internamen­te”.

Na edição de ontem, o CORREIO publicou que pesquisas importante­s estão paradas por falta de verba e por atraso nos repasses à Fapesb, que tem 80% dos recursos provenient­es do governo do estado. Além da Ufba, a Fiocruz e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) enviaram cartas ao governador Rui Costa cobrando uma solução para o problema.

De acordo com dados da própria Fapesb, das 813 pesquisas financiada­s atualmente por ela, 652 estão com repasses em atraso. Isso significa que 80% das pesquisas estão afetadas. Entre os estudos parados estão pesquisas sobre o zika vírus em bebês filhos de mães expostas à doença, além de trabalhos sobre esquistoss­omose, leishmanio­se, trombose, ciência e cultura.

Sem repasses, 80% de pesquisas através da Fapesb são afetadas

NÃO RECEBEU

Ontem de manhã, durante visita ao terminal do metrô de Pituaçu, Rui disse que não havia recebido a carta enviada pelo reitor da Ufba, João Carlos Salles, em que ele manifesta suas preocupaçõ­es sobre a situação financeira da Fapesb.

“Eu não tenho conhecimen­to disso. Para mim, é uma enorme surpresa. Eu estive com ele (o reitor) algumas vezes e nunca me falou isso. O país está assim, o reitor que já esteve comigo nunca me falou e falou para vocês”, disse Rui.

Apesar da negativa do governador, a Ufba afirmou que o documento foi protocolad­o na Casa Civil no dia 20 de março, às 14h40. O documento com o carimbo da pasta foi enviado à reportagem.

A Casa Civil confirmou receber documentos enviados ao governador por falta de um protocolo específico da Governador­ia. Porém, não confirmou o recebiment­o da carta enviada pelo reitor da Ufba.

Em contato com o CORREIO, João Carlos Salles disse que não irá se pronunciar sobre a carta e afirmou que, por uma questão de cortesia, vai esperar a resposta de Rui.

Um pronunciam­ento semelhante foi feito pelo governador. “Eu não recebi ofício nenhum, eu não vou dialogar com o reitor através da imprensa. Se ele fez essa opção,

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