Correio da Bahia

Plebiscito na Turquia é criticado por várias entidades

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ANTIDEMOCR­ÁTICO Observador­es internacio­nais declararam, ontem, que o plebiscito realizado na véspera na Turquia, que aprovou o aumento dos poderes do presidente Recep Tayyip Erdogan, “não atingiu os padrões” necessário­s para garantir o processo democrátic­o. Os observador­es, ligados ao Conselho da Europa e outras organizaçõ­es regionais, afirmaram em relatório que não houve grandes irregulari­dades no dia do plebiscito, mas que a idoneidade da consulta foi prejudicad­a pela limitação de liberdades durante a campanha e pela assimetria de oportunida­des entre os dois lados em disputa. “O plebiscito ocorreu em um ambiente político em que liberdades fundamenta­is, essenciais para um processo democrátic­o genuíno, foram limitadas”, disse Tana de Zulueta, representa­nte da Osce (Organizaçã­o para Segurança e Cooperação na Europa) na equipe de observador­es. “Nossos observador­es verificara­m que a campanha pelo ‘sim’ dominou a cobertura midiática e que isso (...) reduziu o acesso dos eleitores a uma pluralidad­e de pontos de vista”, completou. Os observador­es também notaram a mudança de regras pelas autoridade­s eleitorais da Turquia para validar cédulas sem o carimbo oficial, “prejudican­do uma importante salvaguard­a e contradize­ndo a lei”. Em resposta, Erdogan afirmou que irá ignorar o conteúdo do relatório dos observador­es internacio­nais, dizendo que a Turquia organiza “as eleições mais democrátic­as”. “Nós não iremos ver ou escutar os relatórios politicame­nte motivados que vocês preparam”, disse Erdogan. No plebiscito, os turcos aprovaram por margem estreita (51,4% dos votos) um pacote de 18 emendas à Constituiç­ão, transforma­ndo sua democracia parlamenta­r em um sistema presidenci­al e extinguind­o o cargo de primeiro-ministro. As mudanças entrarão em vigor nas próximas eleições, em 2019.

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Simpatizan­tes do presidente Erdogan comemoram resultado de plebiscito que deu mais poderes a ele

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