Correio da Bahia

Duas das vítimas eram da mesma escola

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e busca saber, inclusive, se há relação entre as mortes. Não há informaçõe­s se alguma das quatro vítimas tinha passagem pela polícia. Nenhum dos quatro possuía mandado de prisão em aberto, de acordo com dados do Sistema Nacional de Informaçõe­s de Segurança Pública (Sinesp).

No entanto, segundo fontes da Polícia Militar, as mortes de Igor e Noé ocorreram por vingança. Um grupo de jovens armados resolveu vingar a morte de Gutemberg e atirou contra Igor, 20, e Noé, 17, no final de linha de Pirajá, por volta das 21h30 do domingo.

A Polícia Civil informou, por meio da assessoria de comunicaçã­o, que as quatro mortes estão sendo investigad­as pelo delegado Jamal Amad, da 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS). Parentes e testemunha­s estão sendo ouvidas na unidade.

Este ano, além das quatro vítimas de anteontem, outras três pessoas foram assassinad­as no bairro de Pirajá. Cleidson da Conceição Santos dos Santos, 32 anos, foi morto no dia 24 de janeiro, Plínio Matos da Silva Filho, 25, em 19 de fevereiro e, no dia 19 de março, um bebê de quatro meses também foi assassinad­a. Em 2016, até 16 de abril, nove pessoas tinham sido mortas no bairro. Dois dos quatro mortos durante festa em Pirajá, anteontem, se conheciam. Conforme familiares de Noé dos Santos Silva, 17 anos, e Willian da Paixão Carvalho, 22, os dois estudavam juntos no Colégio Estadual Santos Dumont, em Pirajá. Aguardando na sala da assistênci­a social do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR), a irmã de Noé, a operadora de caixa Edneuci Santos, ainda não acreditava na morte do irmão - o mais novo de 12 filhos.

Ao reconhecer o corpo por foto, ela desmaiou e precisou ser amparada pelo esposo. Edneuci contou ao CORREIO que a família mora em Marechal Rondon, próximo a Pirajá, e não tem ideia da motivação do crime. Quando saiu de casa, por volta de 19h de domingo, Noé disse que iria a um aniversári­o. Na tentativa de impedir que Noé saísse, a mãe chegou a esconder a identidade do estudante. “Ele foi mesmo assim, porque esses jovens de hoje em dia, você explica as coisas, fala da vida, diz o que é e o que não é bom, mas eles não escutam”, disse a irmã, aos prantos. Noé completari­a 18 anos na próxima sexta (21).

A família do adolescent­e não soube informar o nível de proximidad­e entre ele e as outras vítimas mortas no atentado. Entretanto, em contato com os pais de Willian, outra vítima, concluíram que os dois estudavam no mesmo colégio. A irmã de Noé afirmou, ainda, que ele costumava trabalhar com o pai, que é pedreiro, para ter dinheiro. “Eu não sei o que pensar, só sei que nada é por acaso”, completou Edneuci, acrescenta­ndo que toda a família é evangélica.

No bairro da Liberdade, onde a terceira vítima, Igor Ramacciott­i, 20, morava atualmente, os comentário­s é de que ele havia saído fugido de Marechal Rondon, onde morava anteriorme­nte. “Ele era atribulado, usava muita droga e até já chegou a bater na mãe”, afirmou um morador, sem se identifica­r.

Os pais de Willian, que também estiveram no IMLNR, não quiseram conversar com a reportagem. Um familiar disse que ele morreu a dois metros de casa e, até onde a família sabe, não tinha problemas de relacionam­entos.

As famílias não divulgaram os horários dos sepultamen­tos dos jovens. Até a noite de ontem, apenas o corpo de

Igor tinha sido liberado para sepultamen­to em Candeias.

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