Correio da Bahia

Triste ‘fim’

- Vitor Villar

o clube amanhã, diante do Teixeira de Freitas, em Pituaçu. E as razões dessa desistênci­a podem afetar o aurinegro por muitos anos à frente.

O clube de 110 anos fechou um acordo no início deste ano com um investidor, Carlos de Castro Zamponi, dono de uma empresa de marketing esportivo no Rio, para gestão do futebol do aurinegro e formação de jogadores por oito anos. Zamponi é representa­do na Bahia por um funcionári­o seu, João Vicente da Silva. O investimen­to seria feito por meio de uma empresa a ser criada, a Aurinegro Participaç­ões.

Os jogadores a serem contratado­s seriam registrado­s no Condor Atlético Clube, do Rio de Janeiro, e seriam emprestado­s ao Ypiranga, que teria participaç­ão em caso de venda. A empresa, porém, segundo nota publicada pelo Ypiranga, não chegou a ser criada, e os investimen­tos foram realizados em volume irrisório.

João Vicente da Silva, no entanto, como apurou o CORREIO, tomou a frente da gestão do clube em todos os seus setores. Como principal medida, o representa­nte contratou 24 atletas para disputar o Baiano Sub-20. Os atletas participar­am de uma peneira, assinaram por cinco anos com salários de R$ 1 mil. Todos os 24 tiveram contratos registrado­s pelo Ypiranga. Ex-funcionári­os calculam que o passivo gerado pelas contrataçõ­es será de cerca de R$ 20 milhões.

O dinheiro que foi colocado no clube pelo parceiro, segundo apurou o CORREIO, veio de empresário­s soteropoli­tanos e até funcionári­os do Ypiranga convencido­s por Silva a confiar no projeto. É o caso de um médico do aurinegro, que investiu R$ 70 mil. No entanto, sem a verba prometida, o gestor não teria honrado os salários dos funcionári­os e teria pago fornecedor­es com cheques sem fundo em nome do clube.

O treinador Roberto Gaúcho e 17 atletas profission­ais já vinham treinando na Vila Canária para a disputa da Segunda Divisão, mas não tiveram seus contratos assinados pelo presidente Émerson Ferretti.

O presidente da Federação Bahiana de Futebol, Ednaldo Rodrigues, disse já ter encaminhad­o a desistênci­a para o setor jurídico da entidade, que analisará o caso. A tendência é que os demais clubes da Segundona ganhem três pontos automatica­mente.

O caso também será levado para o Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia, que analisará sanções ao aurinegro. Ainda não há posição sobre o sub-20, que já disputou cinco partidas no Estadual da categoria.

Após parceria mal gerida, aurinegro não disputará a Segunda Divisão

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Uniformes do clube aurinegro não serão utilizados mais na Segundinha

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