Empresas investem para melhorar os fornecedores
Em momentos de crise a qualificação e o melhor gerenciamento dos setores pode ser a saída ideal para suportar a pressão, se manter no mercado e atender a demanda dos grandes empreendimentos. Nos últimos anos, grupos empresariais têm apostado em melhorar a capacidade dos fornecedores e fortalecer o mercado industrial baiano.
Com a ajuda do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), entra em ação o Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF). “A gente trabalha para fortalecer o encadeamento produtivo”, explica a gerente de Desenvolvimento Empresarial do IEL, Fabiana Carvalho.
O programa conta com a participação de empresas âncoras que selecionam grupos de 25 fornecedoras que receberão a qualificação. No período de dois anos esses grupos participam de consultorias e rodadas de negócios com o objetivo de implantar 92 critérios que são estabelecidos pelas âncoras.
Após um ano, uma avaliação é feita e as empresas recebem certificações nos níveis Rubi, Topázio e Diamante.
“Em algumas empresas já estamos percebendo a possibilidade de fechamento de negócios, o que dinamiza a economia, fortalece a cadeia produtiva, estimula a nossa produção local, isso é muito importante”, afirma Fabiana.
As fornecedoras são avaliadas em áreas como: gestão estratégica, financeira e comercial, gestão da qualidade, saúde e segurança no trabalho, gestão do meio ambiente e responsabilidade social.
Até o momento, 23 empresas estão como âncoras e 463 empresas fornecedoras já passaram pelo programa, sendo que 94 já foram certificadas. Uma das empresas nesse processo de qualificar os fornecedores é o Grupo Boticário. Com uma fábrica e um Centro de Distribuição instalados na Bahia desde 2014, a instituição do ramo de cosméticos afirma que um dos seus objetivos é fomentar o desenvolvimento local, gerando emprego e renda
. “Podemos desenvolver esses fornecedores para que, ano após ano, estejam capacitados para trabalhar junto ao Grupo Boticário”, explica o diretor de Suprimentos Fábio Miguel.
CRESCIMENTO
Grupo do segmento de tintas na região Nordeste, Festcor iniciou o processo de qualificação há dois anos e atualmente possui a certificação Rubi. De acordo com a diretora executiva Arlene Vilpert, a carta de clientes e os lucros subiram 15% no período. “A gente ganhou muito na abertura de novos clientes, muito em função da qualificação do meu pessoal interno no atendimento ao mercado”, explica. A diretora conta ainda que a mudança na estrutura e gerenciamento da empresa foi o que permitiu ao grupo suportar o período de crise financeira do país.
Já Eder Baltazar, sócio da Metalúrgica Baltazar, que tem sede na cidade de Pojuca, avalia que a empresa ganhou maturidade para atender novas demandas e está pronta para quando a economia voltar a crescer.
“Alguns processos que nós não tínhamos, nós implementamos, como a questão do pensamento estratégico. Ele me abriu os olhos para isso, inclusive nos ajudou muito com esse planejamento até para atravessar esse momento de crise. A questão do olhar para frente, atribuição de tarefas para cada um, foi bem proveitoso”, afirma Eder, que continua: “A gente acaba aumentando o nosso leque de contatos, com empresas do porte parecido, outras âncoras, e até mesmo com a própria Fieb. Tem coisas que eles fazem que são muito legais, diz.
Programa vai dar consultorias e promover rodadas de negócios