24h Começa a campanha do 2º turno na França
PARIS Um dia após vencerem o primeiro turno das eleições francesas, o centrista Emmanuel Macron e a ultradireitista Marine Le Pen voltaram ontem à campanha, preparados para um calendário eleitoral apertado. Macron teve 24,01% dos votos, enquanto Le Pen recebeu 21,3%, percentuais bastante próximos daqueles previstos pelas pesquisas de opinião da véspera. O instituto Ipsos previu 24% contra 22%. O segundo turno será realizado em 7 de maio. Será a primeira vez na história moderna da França que os dois principais partidos não irão concorrer à Presidência. A disputa será travada entre o movimento independente Em Frente!, de Macron, e a sigla nacionalista Frente Nacional, de Le Pen. Ambos tentarão retratar o rival como um representante do sistema, apesar de nenhum deles ser de fato um completo estranho à política. Mesmo nunca eleito a um cargo público, Macron foi ministro da Economia do atual governo socialista e já recebeu o apoio de diversas figuras tradicionais, como o candidato conservador François Fillon e o ex-premiê socialista Manuel Valls. Ontem foi a vez do presidente da França, François Hollande, apoiar Macron. Ele disse que a presença da extrema direita no segundo turno "é um risco para o país". . Le Pen tampouco está totalmente fora do sistema. Ela é membro do Parlamento Europeu e representa a Frente Nacional —que herdou de seu pai, Jean-Marie Le Pen. A família está há décadas na política, apesar de nunca ter chegado até a Presidência. Ontem, a União Europeia e se posicionou a favor de Macron, argumentando que essa é uma escolha entre a defesa da UE contra aqueles que buscam a destruição do bloco. O porta-voz da UE, Margaritis Schinas, afirmou que “a escolha era fundamental”.