Moro pode rever decisão de exigir presença de Lula em audiências

TESTEMUNHAS O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos casos da Lava Jato, decidiu rever a ordem de exigir a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em todas as audiências das 87 testemunhas arroladas por sua defesa. A condição, porém, é que advogados do petista também revejam o extenso rol de convocados. O magistrado deu prazo de 5 dias para os advogados de Lula se manifestarem. Nessa ação, o petista é réu sob acusação de receber propina de R$ 75 milhões da Odebrecht relacionados a oito contratos da Petrobras. Ele foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro. Em defesa prévia, em janeiro, a defesa de Lula havia convocado 52 testemunhas. Em nova manifestação, em fevereiro, incluiu mais 35 pessoas na lista. Ao decidir pela possível revisão, o magistrado quis saber se a defesa de Lula poderia aproveitar nesse processo testemunhas que prestaram depoimento em outra ação penal na qual o ex-presidente também é réu. Essa outra ação trata de suposto recebimento de R$ 3,7 milhões da OAS por meio de um triplex no Guarujá e no armazenamento de parte do acervo presidencial. Segundo Moro, algumas testemunhas convocadas para o processo ligado à Odebrecht já prestaram depoimento na ação do caso triplex. A decisão do juiz da Lava Jato é uma resposta à defesa do petista, que entrou com embargos de declaração. Os advogados alegaram que “a presença pessoal do acusado é uma faculdade e não um dever”. Para Moro, “é dever do acusado comparecer pessoalmente às audiências”. No despacho, que tem a data de anteontem, Moro escreveu ainda que poderia ter negado parte das testemunhas, mas ponderou que isso poderia dar margem a uma eventual queixa de cerceamento de defesa.