Caso terá inquérito; Ipac pede documentos
A Polícia Civil irá instaurar inquérito para apurar as causas e responsabilidades do desabamento de anteontem à noite na Ladeira da Soledade, que provocou a morte de três pessoas e feriu outras duas da mesma família. O caso ficará com a 2ª Delegacia (Lapinha).
Segundo a polícia, vizinhos e sobreviventes serão ouvidos durante a investigação, que aguarda também o laudo da Coordenação de Engenharia do Departamento de Polícia Técnica (DPT), responsável por iniciar o trabalho pericial ontem de manhã.
O proprietário do casarão, José Ivo da Costa Santos, permanece foragido. Até a noite de ontem, ele não tinha idoprestar depoimento. Em 2011, ele foi notificado pela Codesal e orientado a realizar a recuperação ou escoramento da edificação com urgência. Mas, como o imóvel é tombado, é necessária a autorização do órgão tombador - no caso, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), órgão do governo do estado. A suspeita é que ocorria uma obra sem autorização no telhado.
Em nota, o Ipac se solidarizou com as famílias das vítimas, pediu com urgência documentos referentes ao imóvel, mas disse que “só pode agir legalmente caso ocorra a solicitação formal do proprietário do imóvel, que deve comprovar não ter condições financeiras para arcar com as despesas de conservação do imóvel para que o governo estadual possa agir, ou por solicitação expressa, oficial e comprovada da Prefeitura Municipal de Salvador”.
O diretor-geral da Codesal, Gustavo Ferraz, acompanha as investigações sobre o acidente. “A prefeitura já está tomando todas as providências e prestando todo apoio à família. Uma casa será alugada para colocar Simone e o filho. Ela já foi na delegacia e prestou queixa para encontrar o proprietário do imóvel”, disse. Por conta do acidente, a Ladeira da Soledade foi interditada.