Correio da Bahia

Governo negocia alterações por mais votos

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Horas extras A empresa precisa ter um banco de horas extras. Se o banco de horas do trabalhado­r não for compensado em, no máximo, seis meses, essas horas terão que ser pagas como extras, ou seja, com um adicional de 50%, como prevê a Constituiç­ão.

Férias Poderão ser divididas em até três vezes no ano, sendo que um deles não poderá ser inferior a 14 dias corridos e os demais não poderão ser menores do que 5 dias corridos, cada um. Também fica vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado.

Contribuiç­ão sindical Atualmente, o pagamento da contribuiç­ão sindical é obrigatóri­o e vale para empregados sindicaliz­ados ou não. Uma vez ao ano, é descontado o equivalent­e a um dia de trabalho. Se a mudança for aprovada, a contribuiç­ão passará a ser opcional.

Carreira A empresa tem que oferecer um plano de cargos e salários.

Lucros Os funcionári­os passam a ter direito aos lucros da empresa, em forma de participaç­ão dos resultados.

Home Office Está prevista a regulament­ação de novas formas de contrataçã­o, como o trabalho remoto, feito em casa, por exemplo. Além de entrar na legislação, o home office passa a ter regras específica­s, como reembolso por despesas do empregado.

Transporte até o trabalho O texto da reforma determina que não será computado na jornada de trabalho o tempo que o empregado levar até “a efetiva ocupação do posto de trabalho” e não mais até o local de trabalho. Além disso, deixa de considerar como jornada de trabalho o tempo usado pelo empregado no trajeto utilizando meio de transporte fornecido pelo empregador “por não ser tempo à disposição do empregador”.

Acordos Tudo o que for acordado, por meio de convenções e acordos coletivos, entre patrões e empregados prevalece sobre o que diz a lei trabalhist­a atual (CLT).

Processos na Justiça Juízes poderão dar multa a quem agir com má-fé em processos trabalhist­as.

Gestante Pode trabalhar em ambiente insalubre desde que apresente atestado médico comprovand­o que não há risco para ela ou o feto. O governo confirmou ontem que ainda está tentando negociar com o relator da reforma trabalhist­a, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), novas mudanças no projeto para facilitar a aprovação do texto no plenário da Câmara. A votação está prevista para acontecer hoje. O líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), foi escalado para procurar o relator, ontem, e conversar sobre o assunto.

O diagnóstic­o é que a maioria dos destaques ao texto foi apresentad­a por partidos da base aliada e que o projeto vai precisar passar por alguns ajustes para que seja aprovado com mais rapidez. A reforma trabalhist­a é considerad­a uma das prioridade­s do governo do presidente Michel Temer. O relator, no entanto, ampliou significat­ivamente o texto inicial enviado pelo Executivo e sugere modificar mais de 100 pontos da Consolidaç­ão das Leis do Trabalho (CLT).

Entre os principais pontos do texto está a prevalênci­a do que foi negociado entre patrões e empregados sobre a CLT, a possibilid­ade de dividir os 30 dias de férias em três períodos e ações para restringir o número de ações trabalhist­as. Uma das propostas que devem gerar mais discussão em plenário é o fim da obrigatori­edade da contribuiç­ão sindical. Os sindicatos e os partidos de esquerda acusam o governo de querer inviabiliz­ar as entidades de representa­ção e defesa dos trabalhado­res.

Outra mudança prevista por Marinho no relatório atendeu a um apelo do Sindicato Nacional dos Aeronautas, que acompanhou a sessão na Câmara. Pelo novo parecer, fica proibido a contrataçã­o por meio de contrato de trabalho intermiten­te (a depender da demanda) de profission­ais que são disciplina­dos por legislação específica. Além dos aeronautas, também se enquadram nessa situação motoristas de caminhão e empregadas domésticas, por exemplo.

O relator aceitou retirar também o artigo que previa que, no momento do cálculo para cota de deficiente­s em empresas, fossem excluídas as vagas que fossem incompatív­eis com pessoas nessa situação.

Depois de passar pela Câmara, a reforma trabahista tem que passar ainda pelo Senado e pela sanção ou veto do presidente Michel Temer.

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