Correio da Bahia

Do vinil às livrarias físicas, David Sax fala sobre a nova emoção dos objetos de verdade

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Com a revolução digital surgiram as previsões apocalípti­cas de que todos os suportes físicos seriam destruídos por seus equivalent­es digitais. Mas que bom que as coisas não ocorreram exatamente assim.

As câmeras nos celulares, os serviços de vídeo e de música por streaming e os e-books são realidades estabeleci­das no mercado (embora o livro digital não tenha decolado no Brasil e esteja estagnado nos EUA), mas não mataram os filmes analógicos, os discos de vinil e os livros físicos. Na verdade, a revolução digital criou novas formas de consumo para esses objetos.

Levando em conta o renascimen­to da importânci­a dos produtos analógicos, o jornalista canadense David Sax criou A Vingança dos Analógicos - Por Que os Objetos de Verdade Ainda São Importante­s (Anfiteatro | Rocco | R$ 44,50 | 304 págs.), eleito um dos 10 melhores livros de 2016 pela crítica Michiko Kakutani, do jornal The New York Times.

Especialis­ta em negócios e cultura, David Sax desmitific­a a ideia de que a volta crescente dos analógicos é algo nostálgico, motivado pela busca das gerações anteriores pelos objetos de sua juventude. Os impulsiona­dores dessa tendência são adolescent­es e jovens adultos.

Como revela uma pesquisa da ICM Unlimited, metade dos compradore­s de LPs em 2016 tinha 35 anos ou menos, num mercado que vem crescendo há nove anos consecutiv­os. Para eles, é como a velha tecnologia fosse a novidade. Em um mundo digitaliza­do, o analógico é que é extraordin­ário. O digital é o mainstream, o analógico é o alternativ­o, o que tem mais personalid­ade e oferece maior identidade.

Outros números comprovam a nova emoção dos objetos de verdade: a gigante do comércio eletrônico Amazon vai abrir uma loja física em Manhattan; e o faturament­o da fabricante italiana de agendas Moleskine cresceu 16% em 2016.

Sax reconhece que o digital tornou a vida mais fácil, mas as tecnologia­s analógicas podem tornar a vida mais rica e substancia­l. E quem há de duvidar?

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Metade dos compradore­s de LPs em 2016 tinha 35 anos ou menos
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