PMDB decide punir quem votar a favor da denúncia contra Temer
UNANIMIDADE Os dirigentes do PMDB decidiram ontem, durante reunião da executiva do partido, fechar questão contra a denúncia de corrupção apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), tendo como alvo o presidente Michel Temer. Com a decisão, os deputados peemedebistas que votarem a favor da possibilidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) analisar a denúncia poderão sofrer punições por parte do PMDB, como advertência ou até mesmo expulsão. A decisão é inédita na história do partido e foi tomada por unanimidade pelos parlamentares da executiva. Aqueles que a descumprirem serão suspensos por 90 dias. “A executiva do PMDB fecha questão contra a denúncia ao presidente Temer”, escreveu o presidente da legenda, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), em sua página pessoal no Twitter. “O partido tomou a decisão por unanimidade pra enfrentar esse absurdo que está se dando na Câmara por um fato que não existe”, afirmou Jucá. O relator da denúncia contra Temer na CCJ é do PMDB - o deputa- do Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), que apresentou um parecer favorável ao prosseguimento do processo. A bancada do PSD também anunciou voto contrário à continuidade da denúncia. Ontem, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara abriu sessão para discutir o relatório de Zveiter. O parecer será submetido à votação da CCJ após a fase de análise. Independentemente do resultado, porém, a denúncia seguirá para o plenário da Câmara. As discussões na CCJ estão previstas para terminar entre hoje e amanhã. Mais de cem deputados se inscreveram para debater o parecer do relator. Antes da abertura da sessão, já tinha fila de parlamentares interessados na inscrição. Podem discursar todos os titulares e suplentes, além de outros 40 que não são membros da comissão. Na tentativa de garantir apoio ao governo, partidos da base fizeram nas últimas semanas 18 remanejamentos entre os integrantes da comissão, colocando deputados aliados ao presidente Michel Temer. No total, as movimentações envolveram 14 vagas (10 de titulares e 4 de suplentes). O troca-troca gerou críticas por parte da oposição e de uma ala governista dissidente. Ontem, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, rejeitou mandado de segurança de autoria de parlamentares da oposição para restituir a composição da CCJ. Em meio à discussão da denúncia, a União anunciou a liberação de R$ 11,7 bilhões para concessões em infraestrutura e linhas de crédito para obras públicas direcionados a municípios e mais
R$ 5,7 bilhões para investimentos público-privados direcionados a obras de mobilidade urbana e saneamento básico. Foi anunciado ainda um programa de financiamento para projetos de saúde, educação e modernização de gestão em municípios.