Novo diretor do FBI nega caça às bruxas
SABATINA Em uma audiência no Senado para confirmar o nome do novo diretor do FBI (a polícia federal americana), o advogado Christopher Wray prometeu agir com imparcialidade na busca pela Justiça e disse que prefere renunciar a ceder à pressão política no cargo. Wray, que foi indicado pelo presidente Donald Trump após a demissão de James Comey em maio, negou que esteja havendo uma “caça às bruxas” na investigação sobre a interferência russa nas eleições de 2016, acusação repetida ontem pelo presidente. Pelo Twitter, ele voltou a falar em perseguição: “Essa é a maior caça às bruxas na história da política”. Wray foi ouvido pela Comissão de Justiça do Senado e assegurou que, se Trump tentar fazer com que ele desista da investigação, cujo alvo são os possíveis laços da campanha republicana com o Kremlin, ele tentará dissuadi-lo dessa ideia. Se falhar, disse, renunciará ao cargo antes de aceitar tal pressão. Segundo o futuro diretor, ninguém pediu a ele nenhum “juramento de lealdade” como parte de sua indicação. “E eu, com certeza, não a ofereci a ninguém”, disse o advogado, ex-funcionário do Departamento de Justiça. A audiência ganhou ainda mais importância depois da divulgação de e-mails em que o filho de Trump diz que “adoraria” receber informações supostamente comprometedoras de Hillary Clinton. Ele, o genro e assessor de Trump, Jared Kushner, e o ex-gerente de sua campanha Paul Manafort se encontraram com uma advogada russa com a promessa de que ela daria as informações. Trump repetiu ontem que Trump Jr. é inocente, mas o democrata Brad Sherman apresentou uma moção de impeachment contra Trump.