Só 19% dos alunos se formaram em 2016
Concluir a graduação na modalidade a distância parece ser mais difícil quando comparado aos cursos presenciais. Isso porque o Censo da Educação Superior 2016, do Inep, aponta que o número de pessoas que conseguiram vestir a beca no final do curso a distância teve uma pequena queda quando comparado aos dados de 2015.
Em 2016, 19,7% dos alunos chegaram até o final do curso, valor que corresponde a 230 mil pessoas. Já em 2015, 233 mil alunos conseguiram botar a mão no tão sonhado diploma. Em comparação ao ensino presencial, a diferença é alarmante, pois 80%, ou seja, 938 mil concluíram o ensino superior.
A mesma pesquisa afirma que os alunos da Ead levam mais tempo para se formar. Enquanto um universitário de um curso presencial leva em média cinco anos para concluir a graduação, os que fazem a distância levam pelo menos sete anos.
A coordenadora da EaD da Unifacs, Érica Oliveira, afirma que a evasão nos cursos de graduação a distância é bem maior comparado aos presenciais. O problema, acredita ela, está justamente no fato dos cursos serem considerados mais fáceis de concluir. E não são.
“Temos um perfil desse aluno, que é aquele que trabalha durante o dia. Existe toda uma seriedade, toda uma estrutura e cronograma que precisam ser cumpridos. Os requisitos são os mesmos que o presencial, só que a distância. Então, isso requer uma certa autonomia do aluno”, explica Érica.
Para a coordenadora, na falta das aulas presenciais, os alunos precisam criar uma autonomia, estabelecer uma rotina de estudos para compensar a falta das aulas presenciais. “Ele deve ter horas marcadas de estudos. Tem que ser curioso, não basta apenas ler os textos, é preciso procurar mais do que aquilo que é disponibilizado”, completa.
A maioria dos estudantes Ead é de mulheres, com a faixa etária de 28 anos. Esse é o perfil da estudante do 6° semestre de Serviço Social da Unijorge Jaciane Galindo, 27, que chegou a fazer a graduação presencial, mas desistiu. “Era impossível conciliar o trabalho com os estudos. Seria mais difícil ainda conseguir realizar estágio, por isso, mudei”, contou ela.