Correio da Bahia

24h Lula vira réu por corrupção em ‘venda’ de medida provisória

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INCENTIVOS FISCAIS O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, aceitou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e instaurou nova ação penal que tem como réu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista vai responder pelo crime de corrupção passiva por, supostamen­te, ter participad­o da “venda” da Medida Provisória (MP) 471, de 2009, que prorrogou os incentivos fiscais para montadoras instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Lula já é réu em outros cinco processos - sendo três na Lava Jato, um na Zelotes e outro decorrente da Operação Janus. Em um sétimo processo, no caso do triplex do Guarujá, o petista já foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro. O petista também já foi denunciado em outros dois casos provenient­es de investigaç­ões da Lava Jato. Na denúncia, assinada pelos procurador­es Frederico Paiva e Hebert Mesquita, Lula, o ex-ministro Gilberto Carvalho e mais cinco pessoas foram acusadas de envolvimen­to em corrupção para aprovação da MP 471, editada no segundo mandato do ex-presidente. A MP, transforma­da em lei no ano de 2010, prorrogou os incentivos fiscais de montadoras. Segundo o MPF, a empresa Marcondes e Mautoni Empreendim­entos, do lobista Mauro Marcondes Machado, representa­va os interesses da Caoa (Hyundai) e da MMC Automotore­s (Mitsubishi do Brasil) e teria ofertado R$ 6 milhões a Lula e Carvalho. O dinheiro seria para financiar campanhas do PT. Como prova dos repasses indevidos, o MPF listou uma série de troca de mensagens e anotações apreendida­s com os alvos da Zelotes. Em outra ação penal da Zelotes, Lula responde por tráfico de influência por, supostamen­te, ter oferecido seu prestígio a empresas, com a promessa de viabilizar a compra de caças suecos pelo governo de Dilma Rousseff e a edição de outra MP, a 627, de 2013, que também beneficiou montadoras.

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