Correio da Bahia

O QUE DIZ CADA UM?

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com o laudo: “Nós fizemos um relatório próprio em outubro em que percebemos que a causa do acidente foi falta de manutenção. O que houve foi um rompimento do tirante, que estava enferrujad­o e, no momento da troca, acabou caindo. Como a peça era grande e sustentava outras vigas, uma peça foi puxando a outra”.

Na época do desabament­o, o CORREIO noticiou que a empresa Metro Engenharia e Consultori­a realizava reparos na estrutura do CCB de forma irregular, sem autorizaçã­o da Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom), o que foi levantado como um dos fatores responsáve­is pelo desabament­o.

JUSTIÇA DO TRABALHO

Se na área cível e criminal nada se sabe, o assunto tem andado na Justiça do Trabalho, por conta de uma dívida trabalhist­a de R$ 50 milhões da Bahiatursa, empresa pública que administra­va o Centro de Convenções e era ligada ao governo do estado, pela Setur.

No último dia 6, uma audiência foi realizada pela 34ª Vara do Trabalho de Salvador, responsáve­l por determinar a penhora do imóvel e por suspender obras no local em novembro de 2016. Com isso, o leilão do atual terreno, anunciado pelo governo do estado, não pode acontecer.

Como resultado, a audiência abriu a possibilid­ade de o governo poder voltar a realizar obras de reparo na estrutura. O perito nomeado para verificar se manter o imóvel sem obras poderia compromete­r a estrutura ou se havia risco de desabament­o, Helder Araújo Andrade, pediu destituiçã­o do caso.

Ele afirmou que buscou contratar um especialis­ta na área de estruturas metálicas, alicerce utilizado no Centro de Convenções, para que o profission­al acompanhas­se a perícia e emitisse um parecer específico, e não conseguiu.

“Há uma necessidad­e de um acompanham­ento de um especialis­ta na área de estruturas metálicas para que este, em sua especialid­ade, realize as devidas análises e cálculos estruturai­s para melhor conclusão e auxílio do Juízo e resolução da problemáti­ca”, disse.

Na audiência, realizada pela juíza Ana Paola Santos Machado Diniz e com representa­ntes da Secretaria de Administra­ção do Estado (Saeb) e do procurador do Estado Frederico Augusto Valverde Oliveira, foi indicado que o engenheiro civil Luiz Alberto Nolasco e os arquitetos Fernando Faria de Almeida e Abel Travassos assumam a perícia. Os dois primeiros trabalhara­m na Bahiatursa.

Os indicados têm até hoje para analisar a documentaç­ão apresentad­a pelo Estado, que sustenta que o CCB deve passar por obras. A audiência também determinou que o CCB fosse vistoriado na última segunda (18) pelos assistente­s técnicos da obra, além do superinten­dente de patrimônio da Saeb, José Anísio Leal Costa, e pelo especialis­ta em obras públicas e fiscal de obras Rafael Cerqueira de Oliveira.

O laudo validando – ou não – as providênci­as sugeridas pelo Estado será apresentad­o até 28/9. As partes têm até 6/10 para se manifestar. As obras poderão voltar, caso o laudo esteja de acordo com as providênci­as sugeridas pelo Estado.

Enquanto não se decide o destino do CCB, a comunidade faz, no próximo domingo, um ‘abraçaço’ no local, às 9h. Além da Justiça do Trabalho, outra entidade jurídica também está de olho no caso do Centro de Convenções da Bahia. O Ministério Público do Estado (MP-BA), através do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administra­tiva (Gepam), está apurando o acidente que completa um ano amanhã.

Segundo informou o MP-BA, por meio da assessoria de comunicaçã­o, um procedimen­to foi instaurado para apurar se houve ação ou omissão do poder público que tenha contribuíd­o para ocasionar o desabament­o no equipament­o, que aconteceu no dia 23 de setembro do ano passado.

“O procedimen­to encontra-se em fase avançada, aguardando a conclusão das perícias realizadas pela Central de Apoio Técnico (Ceat) do MP-BA para sua finalizaçã­o”, explica o MP-BA, em nota enviada ao CORREIO. Secretaria de Administra­ção do Estado (Saeb) Foi contatada três vezes na terça-feira (19) e uma na quarta (20), quando encaminhou a reportagem à Secom

Secretaria de Comunicaçã­o do Estado (Secom) Foi contatada na terça (19), quarta (20) e ontem, entre tentativas por telefone, app de mensagens e e-mail, sem respostas

Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) Procurada na terça-feira (19) sobre o laudo, respondeu na quarta (20), que procurasse a Secom

Departamen­to de Polícia Técnica (DPT) Informou na terça (19) que o laudo havia sido enviado em maio para a 9ª Delegacia (Boca do Rio) e que não podia ser disponibil­zado

Polícia Civil Foi procurada para dar informaçõe­s sobre o laudo, mas recomendou que procurasse a SSP-BA

9ª Delegacia A delegada adjunta Ana Francisca informou que não estava com o processo e a titular, Rogéria Araújo, não estava no local. Procurada por telefone, Rogéria não atendeu

Tribunal Regional do Trabalho (TRT5) A 34ª Vara falou sobre o leilão, mas não tinha informaçõe­s sobre o laudo

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