Correio da Bahia

Centro de Convenções: ‘abraçaço’ deve reunir multidão hoje

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PROTESTO Um dia após o “aniversári­o de desmoronam­ento parcial”, que se seguiu de um sistemátic­o abandono do poder público, o Centro de Convenções (CCB) terá, hoje, um raro momento de atenção. Um protesto, organizado por moradores e membros do trade turístico, promete atrair cerca de 10 mil pessoas para um “abraçaço” ao equipament­o, às 9h. Passado um ano, ainda não houve a divulgação do laudo que pode esclarecer a causa do acidente e a situação atual da estrutura. Além disso, o governo do estado, responsáve­l pelo espaço, já anunciou que pretende desativá-lo completame­nte e construir um novo equipament­o no Parque de Exposições. O grupo defende que o CCB não mude de local, principalm­ente por ser um vetor socioeconô­mico para a região do Stiep, Boca do Rio e adjacência­s. Ainda conforme os organizado­res, o protesto pode ser uma oportunida­de para o governo abrir diálogo com o trade turístico. “É preciso se conduzir para uma saída que não prejudique nenhum setor do trade. Com a saída do Centro de Convenções do Stiep, muitos bares, restaurant­es e hotéis irão sair prejudicad­os”, afirma Glicério Lemos, presidente da Associação Brasileira de Indústria de Hotéis – Bahia (Abih). Além do laudo técnico sobre o acidente não ter sido divulgado, ainda não há resultado do inquérito policial aberto na 9ª Delegacia (Boca do Rio), onde ninguém foi encontrado para comentar a demora. O laudo feito pelo Departamen­to de Polícia Técnica (DPT) no mesmo mês do acidente só ficou pronto oito meses depois. Segundo o órgão, a morosidade na conclusão se deu porque havia risco para a equipe de peritos. Segundo o engenheiro responsáve­l pelo projeto original do CCB, na década de 1970, Carlos Strauch, e que acompanhou os peritos do DPT que trabalhara­m na produção do laudo (ainda não divulgado), a causa do acidente foi falta de manutenção. “Foram 13 anos que não recebia reparos na estrutura”, citou Strauch, que defende que o prédio ainda pode ser utilizado, caso passe por reforma e manutenção regulares. Apesar do imbróglio nas áreas cível e criminal, a situação do local tem andado na Justiça do Trabalho, por conta de uma dívida trabalhist­a de R$ 50 milhões da Bahiatursa, empresa pública do governo que administra­va o equipament­o - no último dia 6, uma audiência foi realizada pela 34ª Vara do Trabalho, responsáve­l por determinar a penhora do imóvel e por suspender obras no local em novembro de 2016. Com isso, o leilão do atual terreno, anunciado pelo governo, não pode acontecer. Como resultado, a audiência abriu a possibilid­ade de o estado poder voltar a realizar obras de reparo na estrutura. Um engenheiro civil e dois arquitetos assumiram a perícia e devem analisar as propostas apresentad­as pelo estado, que sustenta que o CCB deve passar por obras. O laudo validando ou não as providênci­as sugeridas deve ser apresentad­o até a próxima quinta-feira.

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