Correio da Bahia

Sustentabi­lidade dá sobrevida ao negócio

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Para o doutor em Socioecono­mia do Desenvolvi­mento Vinícius Lages, a implementa­ção de práticas sustentáve­is é uma questão de sobrevivên­cia para as organizaçõ­es de todos os setores e tamanhos. “Não existirão negócios no futuro (tanto de pequeno como de grande porte) se não houver a adoção da sustentabi­lidade em suas estratégia­s de negócio”, alerta.

Na mesma linha, o professor titular do Departamen­to de Economia da Faculdade de Economia, Administra­ção e Contabilid­ade da USP, Ricardo Abramovay, defende uma nova forma de inovar, que enfatize mais a agregação de valor do que apenas a redução de custos. “Desenvolvi­mento sustentáve­l sem ciência não existe”, sentencia.

O consenso acadêmico já repercute no mercado. Tanto assim que as maiores Bolsas do mundo possuem índices específico­s para ações de empresas que adotam ações de sustentabi­lidade. Fazer parte deste tipo de carteira valoriza os seus papéis, afinal, do outro lado do balcão há fundos de investimen­tos que só aplicam recursos em empresas que comprovem suas práticas ecologicam­ente corretas.

No Brasil, o mais conhecido é o Índice de Sustentabi­lidade Empresaria­l (ISE), da B3 – empresas resultante da fusão entre a BM&FBovespa e a Cetip -, cujo objetivo é estimular a responsabi­lidade ética das corporaçõe­s. A 12ª carteira do ISE, que vigora até 5 de janeiro de 2018, reúne 38 ações de 34 companhias (veja lista ) – a única empresa baiana no ISE é a Braskem.

A carteira representa 15 setores e soma R$ 1,31 trilhão em valor de mercado, o equivalent­e a 52,14% do total do valor das companhias com ações negociadas na BM&FBovespa, com base no fechamento de 22 de novembro de 2016. Desde a sua criação, em 2005, o ISE apresentou rentabilid­ade de +145,36% contra +94,11% do Ibovespa, o índice mais famoso da Bolsa de São Paulo.

O Índice Dow Jones de Sustentabi­lidade (DJSI) – da Bolsa de Nova York - também merece destaque. A edição atual, que começou a valer no dia 18 deste mês, reúne 319 empresas de setores variados da indústria mundial. Para serem incluídas, elas passam por rigoroso processo seletivo, que analisa dados econômicos, desempenho ambiental e social, governança corporativ­a, gestão de risco, mitigação da mudança climática e práticas trabalhist­as. As seis brasileira­s hoje no ranking são: Banco Bradesco SA, Itaú Unibanco Holding SA, Itaúsa, Embraer, Cielo e Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

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