Correio da Bahia

Clima do cinema noir na televisão

- Roberto Midlej roberto.midlej@redebahia.com.br

O clima noir daqueles filmes que encantaram o público nos anos 1940/50 vai chegar à TV brasileira a partir desta terça-feira, com a estreia da série Cidade Proibida, que vai ao ar na Globo/TV Bahia após A Força do Querer e será apresentad­a semanalmen­te.

Mas Vladimir Brichta, que interpreta o detetive Zózimo, o protagonis­ta, diz que o clima da produção é brasileiro, embora lembre o cinema americano daquele período: “A gente brinca com a história do noir. É uma linguagem específica que vai reverberar um pouco no Nelson Rodrigues, como vai reverberar também no noir americano. Mas é um noir brasileiro, solar como o Rio de Janeiro”.

Zózimo é um ex-policial que decide trabalhar sozinho e se especializ­a em investigar casos extraconju­gais. Para concluir seus trabalhos, ele frequenta um ambiente em que circulam mulheres fatais e homens violentos numa cidade rica, charmosa, elegante e perigosa no final dos anos 50.

No dia a dia, ele conta com a ajuda da garota de programa Marli (Regiane Alves), do corrupto delegado Paranhos (Ailton Graça) e do malandro e sedutor profission­al conhecido como Bonitão (José Loreto).

“Marli é e está sendo uma delícia de fazer. Ela é apaixonant­e, engraçada e apaixonada pelo Zózimo. Mais do que sedutora, que ela também é, Marli tem um pouco da nova mulher que vemos hoje em dia”, diz Regiane Alves sobre sua personagem. A atriz reconhece influência­s do cinema na série: “Tem muita inspiração nos filmes noir e também nos filmes do Hitchcock, além de Chinatown, Los Angeles - Cidade Proibida e filmes de Godard. Mas é um noir tropical, com muita externa. Para mim, Noites de Cabiria é o filme que me inspira para compor Marli”.

Cidade Proibida tem direção artística de Maurício Farias e redação final de Mauro Wilson. “A série é inspirada nos personagen­s do quadrinho O Corno que Sabia Demais, de Wander Antunes. Os personagen­s são amorais, cínicos e egoístas. Zózimo trabalha com o lado destrutivo do amor e suas consequênc­ias negativas. Ele vive o lado negro do amor: traições, ciúmes, culpa, ódio”, diz Mauro Wilson.

Vladimir completa que seu personagem não se enquadra com precisão na classifica­ção “mocinho ou bandido”. “Está mais para mocinho, mas os valores dele são muito específico­s. Eventualme­nte, agride pessoas, o que não se espera de um mocinho”, diz o ator.

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