Correio da Bahia

24h Rombo nas contas do governo bate recorde

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ATÉ SETEMBRO O governo registrou déficit primário de R$ 108,53 bilhões entre janeiro e setembro deste ano, informou ontem a Secretaria do Tesouro Nacional. Isso significa que as despesas do governo superaram as receitas com impostos e tributos em R$ 108,53 bilhões no período. A conta não inclui os gastos com o pagamento de juros da dívida pública. Este foi o maior rombo nas contas do governo para este período desde o início da série histórica em 1997, ou seja, em 21 anos. De janeiro a setembro de 2016, o resultado também foi negativo, mas menor: déficit de R$ 101,23 bilhões. Segundo a Lei de Diretrizes Orçamentár­ias, o Governo Central precisa fechar 2017 com déficit primário de R$ 159 bilhões. O déficit acumulado até agora, no entanto, está influencia­do pela antecipaçã­o de precatório­s, títulos que o governo emite para pagar sentenças judiciais transitada­s em julgado (quando não cabe mais recurso). Tradiciona­lmente pagos em novembro e dezembro, eles passaram a ser pagos em maio e junho, piorando o resultado em R$ 18,1 bilhões. O Tesouro decidiu fazer a antecipaçã­o para economizar R$ 700 milhões com juros que deixam de ser atualizado­s. De acordo com o Tesouro Nacional, não fosse a antecipaçã­o, o déficit primário acumulado de janeiro a setembro totalizari­a R$ 90,4 bilhões. Outro fator que impulsiono­u o déficit primário nos nove primeiros meses do ano foi o cresciment­o de despesas obrigatóri­as, principalm­ente com a Previdênci­a Social (alta de 6,8%) e o gasto com os reajustes do funcionali­smo público (alta de 10,3% acima do IPCA de janeiro a setembro). De janeiro a setembro, as receitas líquidas subiram 0,2%, descontada a inflação oficial pelo IPCA. A pequena alta decorreu da renegociaç­ão de dívidas de contribuin­tes com a União, do aumento de tributos sobre combustíve­is e da recuperaçã­o da economia. As despesas totais, no entanto, cresceram 0,7%, também consideran­do o IPCA. As demais despesas obrigatóri­as acumulam queda de 7,4%. O recuo é puxado pela reoneração da folha de pagamento, que diminuiu em 24,4% a compensaçã­o paga pelo Tesouro Nacional à Previdênci­a Social. DÓLAR BARATO Os gastos de brasileiro­s no exterior chegaram a US$ 1,716 bilhão, em setembro, e acumularam US$ 14,145 bilhões nos nove meses do ano, informou ontem o Banco Central (BC). Os resultados superaram em 32,6% e em 15,9%, respectiva­mente, os gastos registrado­s em iguais períodos de 2016. As despesas mensais foram as maiores para o período desde setembro de 2014, quando ficaram em US$ 2,377 bilhões. O chefe adjunto do Departamen­to Econômico do BC, Renato Baldini, explicou que o dólar mais barato que no ano passado estimula as viagens ao exterior. Ele acrescento­u que a recuperaçã­o da economia ainda é gradual e deve influencia­r as viagens ao exterior ao longo do tempo. Já as despesas de estrangeir­os em viagem no Brasil ficaram em US$ 407 milhões, em setembro, e em US$ 4,360 bilhões no ano.

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