DESTAQUES DO FITA
Eternizada nos textos do escritor baiano João Ubaldo Ribeiro (1941-2014), a Ilha de Itaparica será tomada por uma atmosfera de poesia e música durante a primeira edição do Festival de Itaparica (Fita), que ocupa três espaços da ilha a partir de hoje. O evento, gratuito, que segue até domingo, reúne cantores, bandas, repentistas e outros artistas em mais de 30 horas de programação.
Entre eles estão a banda BaianaSystem, o cantor maranhense Zeca Baleiro e o pernambucano Lirinha, ex-Cordel do Fogo Encantado. O festival inclui, ainda, artistas como os cantores Mariene de Castro e Lazzo, o repentista Bule-Bule, a poeta Karina Rabinovitz e o ator e apresentador Jackson Costa. “A gente buscou uma grade de artistas que tivessem, em suas letras, um componente poético forte”, explica o curador do Fita, o ator e diretor de teatro Yulo Cezzar, 52 anos.
Morador de Itaparica há cinco anos, Yulo destaca que buscou um conceito que trouxesse outro tipo de atrativo para a cidade e divulgasse os aspectos da ilha. “Tive muita preocupação em tirar Itaparica, que é uma cidade histórica, das páginas policiais. Sempre se tem associado a ilha a tragédia e violência, que não condizem com a beleza e com a realidade daqui”, defendeu.
Dessa forma, quem for curtir o festival vai poder não só assistir aos shows e aos recitais poéticos, mas também participar de oficinas de literatura e música, de contação de histórias e de lançamento de livros. Além disso, a programação para toda a família inclui jogos de tabuleiro e espetáculos como O Circo de um Homem Só, de João Lima.
TRILHA
“Tocar num festival de música e poesia é sempre bom, ainda mais num cenário lindo como o da Ilha de Itaparica”, comemora o cantor Zeca Baleiro, 51, que aporta por lá pela primeira vez. “Sou muito fã do Lazzo, ouvi muito seu som noutros tempos, e o Bule-Bule é demais. A programação tá bonita, colorida”, elogia o cantor que se apresenta amanhã, à meia-noite.
O artista, que comemora 20 anos de carreira, passeia por sucessos de sua discografia que começou com o disco Por Onde Andará Stephen Fry? (1997), além de apresentar músicas “lado B” e releituras de canções do seu repertório Hoje 18h30: Karina Rabinovitz e Silvana Rezende | 20h: Abertura oficial com Jorge Portugal | 20h45: Bule Bule | 22h30: Lazzo | 23h30: Mariene de Castro
Amanhã 20h45: Andréia Pradho e Banda | 21h30: Lirinha e Banda | 23h: Zeca Baleiro
Domingo 17h: Fanfarras, grupos de rap e artistas locais | 21h: Jackson Costa – Sarau do Poeta | 22h: BaianaSystem
Horário extra do Ferry Boat De hoje para amanhã: 2h30 e 5h | De amanhã para domingo: 2h e 6h | Domingo para segunda: 1h e 5h afetivo. “Tem algumas canções que não posso, nem devo deixar de fora (risos). Hits como Quase Nada, Babylon e Bandeira. O resto é surpresa!”, garante Zeca.
Uma das atrações mais esperadas do Fita, a BaianaSystem encerra a programação no domingo, às 22h, depois de uma maratona de shows por outros estados. Para matar a saudade de casa, o grupo passeia por toda a discografia desses oito anos de carreira, o que inclui sucessos como Terapia, Playsom e Invisível, que acaba de ser indicada ao Prêmio Multishow de Música Brasileira de melhor canção.
Em entrevista ao CORREIO (confira a íntegra no site), o guitarrista da BaianaSystem, Roberto Barreto, 45, comemorou o convite para participar do Fita. “Achei incrível e inusitado. Primeiro que foi uma surpresa: não me recordo de ver bandas em Itaparica. A programação está incrível. Depois que tem um tempo que a gente não toca em Salvador e Itaparica é quase em casa! (risos) Essa relação pra gente é vital”, comemora.