Estreia prateada
Brasileiros chegam a três finais mas acabam derrotados
O judô brasileiro terminou o primeiro dia do Grand Slam de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, com três finais disputadas e três medalhas de prata conquistadas. Rafaela Silva (57kg), Érika Miranda (52kg) e Felipe Kitadai (60kg) avançaram até a decisão ontem e foram derrotados.
Na luta pelo ouro, Rafaela Silva reeditou a final olímpica do Rio-2016, mas dessa vez perdeu para a mongol Sumiya Dorjsuren, a atual campeã mundial. A adversária venceu a luta no golden score com um wazari.
Já Érika Miranda perdeu para a belga Charline Van Snick, medalhista de bronze nos Jogos de Londres-2012. A rival conseguiu um wazari e depois finalizou a luta com uma chave de braço.
Felipe Kitadai acabou sendo superado pelo russo Robert Mshvidobadze ao levar três punições. A prata foi a primeira medalha do brasileiro em 2017, após longo período afastado das competições por causa de uma cirurgia no ombro direito.
Também
ontem,
Phelipe Pelim foi o único lutador do Brasil a não avançar às finais. Ele perdeu na estreia para Sukhrob Boqiev, do Tajiquistão. A competição em Abu Dhabi prossegue hoje, quando o judô brasileiro será representado por Barbara Timo (70kg), Maria Portela (70kg), Alex Pombo (73kg), Lincoln Neves (73kg) e Eduardo Yudi (81kg). No sábado, mais oito judocas nacionais entram no tatame do Grand Prix. O ideal era que o esporte estivesse acima das diferenças políticas entre os países. Mas não está. Ontem, a federação de judô dos Emirados Árabes Unidos se recusou a estender a bandeira de Israel para os atletas do país premiados no Grand Prix de Abu Dhabi, que acontece no país do Oriente Médio até amanhã. Os dois países não possuem relação diplomática.
Vencedor da categoria até 66kg, o israelense Tal Flicker carregou a bandeira de Israel no quimono, mas não teve a sigla do país em sua identificação nem viu a bandeira ser estendida, assim como não teve o hino de Israel tocado. Sem pestanejar, Flicker cantou baixinho o hino de seu país no pódio.
Além de Flicker, a judoca israelense Gili Cohen, que ficou em 3º lugar na categoria até 52kg, também não teve a bandeira do país estendida no pódio.
Na quarta-feira, a Federação Internacional de Judô havia enviado uma carta à federação dos Emirados Árabes solicitando que todas as delegações, incluindo a de Israel, fossem “tratadas de forma igual em todos os aspectos”.