Cobrador ferido está em choque; suspeito é preso
ATAQUES A ÔNIBUS O cobrador Rafael Oliveira dos Santos, que ficou ferido durante um ataque a ônibus nas imediações da Ceasinha do Rio Vermelho, na tarde da última quarta-feira, está em estado de choque. Ele teve parte de uma das pernas e de um dos braços queimada. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, Fábio Primo, o cobrador recebeu alta médica, mas vai se afastar para cuidar dos ferimentos. “Ele está mal em casa, em estado de choque, por causa do trauma que sofreu. No momento, não tem condições de trabalhar”, contou Primo. Anteontem, Ediélson Oliveira de Souza, o Índio, 32 anos, foi preso, suspeito de ter incendiado o ônibus no Rio Vermelho. Já com passagem por tráfico, ele foi preso na Rua Vila Indiana. Além do incêndio ao ônibus onde estava o cobrador, outro veículo foi queimado na Santa Cruz. Todo o Complexo do Nordeste de Amaralina continuava ontem sem transporte depois que Erivelton de Assis Santos, 22 anos, morreu durante uma ação da polícia no bairro. O corpo de Erivelton foi enterrado ontem, no Cemitério Municipal de Brotas. Após o enterro, amigos e familiares fizeram uma manifestação. Cerca de 40 pessoas saíram andando do cemitério, desceram a Ladeira da Cruz da Redenção, passaram pelo Parque da Cidade e chegaram ao bairro de Santa Cruz. Duas viaturas da Polícia Militar acompanharam a manifestação. “Quero que essa imagem seja apagada.
Meu filho não era bandido, era trabalhador e estava concluindo um serviço antes de ser morto. Que destino! Tiraram minha filha e agora outro filho”, lamentou Maria Lucia dos Santos, 63, mãe de Erivelton. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou, em nota, que Erivelton atirou contra policiais do Pelotão Especial Tático Ofensivo (Peto) da 40ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Nordeste de Amaralina), e que, no revide, ele foi baleado. A SSP disse também que o jovem foi preso em 2016, por porte ilegal de arma, e que os militares apreenderam com ele, na quarta, um revólver calibre 38, munições para calibres 38, 9 mm e ponto 40, além de 90 pedras de crack e uma porção de maconha. A família dele nega a versão da polícia. Após a morte de Erivelton, um protesto de moradores terminou com um ônibus queimado na Santa Cruz, o que levou os rodoviários a interromperem a circulação. Setenta mil moradores estão sem transporte nos finais de linha originais. Por conta da intranquilidade, rodoviários relatam insegurança em circular por alguns bairros da capital (abaixo), segundo o Sindicato dos Rodoviários. Ontem, em Santa Mônica, o serviço foi suspenso por algumas horas pela manhã depois de boatos de brigas entre traficantes. “Os motoristas só se sentem mais seguros depois de um tempo rodando na linha, quando ficam conhecidos”, afirmou Primo.