Correio da Bahia

Guerra pela água se arrasta desde 2015

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A invasão às fazendas Rio Claro e Curitiba, em Correntina, Extremo-Oeste baiano, tem como pano de fundo a disputa pela água do Rio Arrojado, integrante da bacia do Rio Corrente, um afluente do São Francisco.

A polêmica do uso da água se arrasta, pelo menos, desde 2015, quando o Comitê da Bacia do Rio Corrente expediu uma deliberaçã­o para que não houvesse novas concessões para uso de recursos hídricos da bacia.

Em novembro do ano passado, o Ministério Público (MP-BA) recomendou que o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), órgão ligado à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, não concedesse essas outorgas para grandes empreendim­entos na bacia.

Ainda segundo o MP, como a recomendaç­ão não foi acatada, uma ação vinha sendo elaborada pelo órgão antes das invasões.

“Já constatamo­s que tem empreendim­entos que, com 12 bombas de captação de água ligadas por 12 minutos, reduzem o nível de água do rio em 15 centímetro­s”, afirma a promotora ambiental Luciana Jhoury. Segundo ela, não há informaçõe­s e estudos suficiente­s que garantam a disponibil­idade hídrica da região, bem como sua demanda para os múltiplos usos.

“Não é possível continuar com a quantidade de captação de água na bacia do Corrente hoje”, complement­ou.

A Secretaria estadual de Comunicaçã­o (Secom) informou, em nota, que o Inema regularizo­u a captação superficia­l no Rio Arrojado em janeiro de 2015 e que uma vistoria foi realizada na fazenda Rio Claro no dia 28 de maio deste ano, para averiguar a implantaçã­o do projeto de irrigação. “A vistoria constatou que a captação da água do Rio Arrojado para irrigação ainda não estava sendo feita”, afirmou a Secom.

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Derrubada de primeiro poste levou pelo menos outros dez; maquinário também foi destruído Veja vídeo da ação em correio24h­oras.com.br

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