Correio da Bahia

Relator confirma que texto manterá tempo mínimo

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O relator da reforma da Previdênci­a na Câmara, o deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), confirmou ontem o que ministro Henrique Meirelles já havia anunciado, que o novo texto, que irá para votação no plenário da Câmara, não vai mais prever o aumento do tempo mínimo de contribuiç­ão para 25 anos.

O relator também anunciou que a nova proposta da reforma terá dispositiv­o para estabelece­r que a Desvincula­ção de Receitas da União (DRU) não poderá atingir receitas previdenci­árias. Esse dispositiv­o não constava no texto aprovado na comissão especial e deve ser incluído.

Além de manter o tempo mínimo de contribuiç­ão em 15 anos para homens e mulheres, como é hoje, Arthur Maia confirmou que o novo texto da reforma não vai mexer nas regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e portadores de deficiênci­a de baixa renda e de aposentado­ria dos trabalhado­res rurais.

O parlamenta­r baiano informou também que a nova proposta manterá a elevação da idade mínima para aposentado­ria em 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, mesmas idades aprovadas pela comissão especial. De acordo com o deputado, a regra de transição aprovada pelo colegiado também será mantida no novo texto.

O relator fez questão de ressaltar que todas as mudanças feitas estão sendo compensada­s. Segundo ele, para que o tempo mínimo de contribuiç­ão seja mantido em 15 anos, será preciso aprovar regra que só permite o acúmulo de pensão e aposentado­ria no limite de até dois salários mínimos. “É uma eleição. É uma coisa ou outra”, declarou.

O deputado também afirmou que nenhum dos líderes partidário­s deu garantia de que a nova proposta será aprovada. “Ninguém deu garantia”, afirmou. Segundo ele, somente após o feriado da Proclamaçã­o da República, em 15 de novembro, será possível ter uma percepção mais clara do que, de fato, terá condições de ser aprovado no plenário.

Maia evitou dar uma data para votação da matéria no plenário. “Quem vai definir será o presidente da Câmara”, declarou. A reforma da Previdênci­a virou um jogo de empurra entre o governo e o Congresso. Mesmo sem qualquer segurança de que conseguirá os votos necessário­s para a aprovação, apesar de ter concordado com inúmeros cortes no projeto original, o governo lançou à Câmara a responsabi­lidade de votar a reforma ainda este ano. Líderes partidário­s e o próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), alertaram, ontem, o presidente Michel Temer, para as resistênci­as que permanecem na base aliada.

Segundo o Estado de São Paulo, Maia chegou a propor que Temer chame, na próxima semana, os líderes individual­mente para ouvir as demandas e "angústias", já que em reuniões amplas é mais difícil para eles "manifestar­em suas preocupaçõ­es". E sugeriu ao presidente um calendário de articulaçã­o: de ontem até o dia 21, a base deve se organizar para votar as MPs mais impopulare­s.

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