Decisão surpreende dirigentes tucanos
A decisão do tucano Bruno Araújo (PE) de deixar ontem o cargo de ministro das Cidades pegou de surpresa os principais dirigentes do PSDB, apesar de ele ter dito que conversou “com vários quadros do partido” antes de pedir demissão.
O novo presidente interino da legenda, Alberto Goldman, e os demais integrantes da executiva não foram avisados previamente. O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, que está em Roma, também não. “Foi uma decisão pessoal dele, até porque o PSDB não indicou nenhum ministro. O partido decidiu ajudar o governo nas reformas e medidas estruturantes que o país precisa. Vai continuar da mesma forma, seja com quatro ou nenhum ministro”, disse Goldman.
Um dos poucos consultados por Araújo foi o governador de Goiás, Marconi Perillo, que está em campanha para presidir o PSDB. “A saída do ministro Bruno Araújo mostra que o afastamento natural e elegante é o melhor caminho e que é falsa a afirmação de que o PSDB se resume a um plebiscito entre aqueles que querem ficar ou sair do governo Temer”, disse.
O presidente Michel Temer começou a negociar com os partidos de sua base aliada a redistribuição de cargos de primeiro escalão na reforma ministerial que deve ser realizada nas próximas semanas. Ele acelerou essas articulações com o pedido de demissão de Araújo, dando início ao desembarque do PSDB.
Horas antes, o presidente se reuniu com o presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), para discutir a ocupação de cargos. O partido quer comandar a pasta das Cidades. Estão cotados para a função o atual presidente da Caixa, Gilberto Occhi, e o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB).
Temer vai convocar, nos próximos dias, os caciques dos demais partidos que dão sustentação a seu governo.
Ele avisou a aliados do ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP) que vai chamá-lo. Temer afirmou que o redesenho de seu governo deve estar formatado até a próxima semana e que os novos ministros devem começar a trabalhar ainda em dezembro.