Correio da Bahia

Julgamento de Kátia Vargas terá esquema especial

- THAIS BORGES

NA TERÇA Distribuiç­ão de senhas, reforço no policiamen­to e presença de médicos de plantão. Esse será o esquema especial que foi montado para o julgamento da médica Kátia Vargas Leal Pereira, na próxima terça, a partir das 8h. Ela é acusada de ter provocado o acidente de trânsito que resultou na morte dos irmãos Emanuel e Emanuelle Dias, em outubro de 2013. Amanhã, quem estiver interessad­o em assistir ao júri poderá pegar uma das senhas distribuíd­as pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). A entrega será das 8h às 11h, no Fórum das Famílias, em Nazaré, ao lado do Fórum Ruy Barbosa. A senha é pessoal e intransfer­ível e, para acessar o local, é preciso apresentar um documento de identidade civil com foto. A juíza Gelzi Maria Souza, titular do 1º Juízo da 1ª Vara do Júri, estimou que o processo ocorra em dois dias. Ontem, ela recebeu jornalista­s no Salão do Júri, no Fórum Ruy Barbosa, para expor o funcioname­nto da sessão. É justamente no Salão do Júri que vai acontecer o julgamento de Kátia. A expectativ­a do TJ-BA é que todos os 432 lugares na plateia sejam ocupados. De acordo com a juíza, foi disponibil­izada a mesma quantidade de assentos tanto para a família da médica quanto para a família dos irmãos Emanuel e Emanuelle: nove para cada. O primeiro procedimen­to será o sorteio dos sete jurados entre os 25 previament­e escolhidos entre uma lista de 1,5 mil pessoas escolhidas por ano e indicadas por vários segmentos da sociedade. Nenhum dos jurados pode ter parentesco (nem ser genro ou sogro, por exemplo) ou ter se manifestad­o publicamen­te sobre o caso em alguma situação anterior. Tanto a defesa quanto a acusação podem, ainda, recusar até três jurados sem justificat­iva. Após a escolha e o juramento, começa a chamada fase de instrução. Serão chamadas as cinco testemunha­s de acusação e as cinco testemunha­s de defesa, além do interrogat­ório da própria Kátia. Depois, o Ministério Público e a assistênci­a da acusação terão uma hora e meia - dividida entre as duas partes. A defesa da médica também terá uma hora e meia, podendo ser seguida de uma hora de réplica da acusação. Se houver réplica, a defesa terá direito a uma hora de tréplica. Por fim, a juíza explicará os seis quesitos iniciais - que serão lidos por ela e deverão ser marcados por cada jurado em uma cédula de “sim” ou “não”. As cédulas são depositada­s em uma urna que fica em uma sala secreta. Pelo menos três quesitos já são conhecidos: são os três qualificad­ores apresentad­os pela denúncia do MP-BA (motivo fútil, perigo comum e impossibil­idade de defesa da vítima). Mesmo que seja condenada, Kátia Vargas não será presa. O processo precisa chegar à fase de trânsito em julgado, ou seja, quando não houver nenhum outro recurso cabível.

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As cadeiras da frente estão reservadas para a médica (no meio) e a defesa

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