Correio da Bahia

Só 1% dos trabalhado­res recebem mais de R$ 27 mil de salário

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MULHERES

Quando o assunto é desigualda­de salarial entre homens e mulheres, a pesquisa mostra que elas ganham 15% a menos. O salário das baianas ficou em torno de R$ 1.225, o que representa 10% menos que a média de rendimento do trabalho no estado (R$ 1.352). O percentual de diferença foi menor do que a média do país, onde as trabalhado­ras ganham 23% a menos que os homens. O valor do rendimento médio de trabalho das baianas é o 2º mais baixo, acima apenas do verificado no Maranhão (R$ 1.157).

São Paulo era o estado com a maior desigualda­de salarial por sexo em 2016, com as mulheres recebendo 33% menos que os homens (R$ 2.316 e R$ 3.430 respectiva­mente). Por outro lado, o Amapá era o único estado brasileiro em que elas ganhavam um pouco mais que eles (R$ 2.049 e R$ 2.030, respectiva­mente).

A Pnad calculou também a média salarial de quem tinha outras fontes, como aposentado­ria, aluguel, pensão, e programas sociais. Essas pessoas ganhavam, em média, R$ 1.316 na Bahia. Esse valor era 36% menor que o do rendimento médio de todas as fontes nacional (R$ 2.053). O número colocou o estado como o 5º menor rendimento de todas as fontes no ranking, acima apenas de Ceará (R$ 1.311), Piauí (R$ 1.310), Alagoas (R$ 1.229) e Maranhão (R$ 1.096). O resultado foi menor até do que a média do Nordeste (R$ 1.352), o mais baixo entre as grandes regiões brasileira­s.

Em relação ao 1% dos trabalhado­res que tinham grandes rendimento­s, os dados apontaram que eles ganhavam, em média, R$ 16.507. O valor representa 12 vezes o salário no estado e 36 vezes o rendimento da metade dos trabalhado­res que ganhavam os menores salários (R$ 456). O percentual foi o mesmo da média nacional, de 12,6 vezes e maior na comparação entre megas e micro salários, de 30 vezes.

Quando os analistas somaram todos os rendimento­s da residência (trabalho e outras fontes) e dividiram pelo total de moradores, o volume domiciliar per capita médio foi de R$ 776. Esse valor foi bem abaixo da média nacional (R$ 1.242) e o 8º menor entre os 27 estados.

Ainda segundo o IBGE, em 2016, a Bahia tinha 2 milhões de trabalhado­res que concluíram apenas o ensino médio, o que equivale a 32% dos trabalhado­res. Outros 454 mil estavam com o ensino médio incompleto (7%). Outros 389 mil completara­m apenas o fundamenta­l (6%), e 1,8 milhão não concluíram o ensino fundamenta­l (29%). A parcela de 1% dos trabalhado­res com os maiores rendimento­s no país recebia, em média, R$ 27.085, em 2016, enquanto a metade de menor renda recebia R$ 747. Já os 10% com maiores rendimento­s concentrav­am 43,4% de todas as fontes de renda recebidas no Brasil. Do total de rendimento­s no país, o Sudeste, com R$ 132,7 bilhões, apresentou a maior parcela, superior inclusive à soma das demais regiões, sendo Nordeste (R$ 43,8 bilhões), Sul (R$ 43,5 bilhões), Centro-Oeste (R$ 21,8 bilhões) e Norte (R$ 13,5 bilhões). De todos rendimento­s, o Nordeste possui a população com a menor diferença (8,1 pontos percentuai­s) entre os rendimento­s recebidos de todos os trabalhos (35,7%) e os de outras fontes (27,6%). O coordenado­r de Trabalho e Rendimento, Cimar Azeredo, ressalta que quanto menor for a diferença entre as fontes de rendimento, menos desenvolvi­da é a localidade.

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