Menos água
Uma pesquisa coordenada pela hoje reitora da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Joana Angélica Guimarães, concluiu que rios da Bacia do Rio Corrente, no extremo Oeste do estado, tiveram um rebaixamento do nível das águas entre os anos de 2012 e 2016, período em que foi realizado o estudo.
E o principal motivo, segundo a pesquisadora, que é geóloga e doutora em engenharia ambiental, não é a falta de chuvas na região, mas sim os sistemas de irrigação das empresas de agronegócio.
O Rio Arrojado, um dos alvos da pesquisa, esteve recentemente no centro das atenções depois da invasão a duas fazendas da empresa Igarashi, no dia 2 de novembro, em Correntina, cidade margeada pelo rio.
Financiada com R$ 284.550,43 do Ministério da Ciência e Tecnologia, a pesquisa Hidrogeologia do Aquífero Urucuia: Potencialidades, Vulnerabilidades e Conservação foi realizada pelo Instituto de Ciências Ambientais e Desenvolvimento Sustentável do antigo campus da Universidade Federal da Bahia (Ufba) em Barreiras, hoje Universidade Federal do Oeste (Ufob).
Os estudos foram sobre geofísica, monitoramento de vazões e histórico hidrológico dos rios de Ondas (que corta Barreiras), Formoso e Arrojado (em Correntina), que fazem parte da Bacia do Rio Corrente, composto por 15 rios, seis riachos e cinco córregos.
Esses rios e bacias são subafluentes do Aquífero Urucuia, que abastece diversas cidades da Bahia e de Goiás e que tem função reguladora para o escoamento de trecho médio do Rio São Francisco.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a vazão dos poços na camada superior do aquífero é de até 60 metros cúbicos por hora, enquanto na inferior pode atingir mais de 600 metros cúbicos por hora.
O Urucuia é um dos mais importantes mananciais de água subterrânea do Brasil, distribuindo-se pelos estados da Bahia, Tocantins, Minas Gerais, Piauí, Maranhão e Goiás, com área de 120 mil metros quadrados. Para saber o impacto da irrigação do agronegócio nos subafluentes do aquífero, a pesquisadora visitou diversas fazendas,
No Oeste baiano, rios têm vazão reduzida, e o vilão é a irrigação