Correio da Bahia

FGTS ajudou a diminuir as dívidas das famílias, afirma IBGE

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A liberação das contas inativas do FGTS ocorreu no segundo trimestre, mas continuou impulsiona­ndo o consumo das famílias, que cresceu 1,2% no terceiro trimestre ante o segundo, conforme os dados do Produto Interno Bruto (PIB), divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE).

Rebeca Palis, coordenado­ra de Contas Nacionais do IBGE, afirmou que a medida do governo Michel Temer teve um efeito cumulativo. “O FGTS também serviu muito para fazer diminuição do endividame­nto das famílias. Isso tem efeito para frente”, avalia a pesquisado­ra.

Além disso, conforme a pesquisado­ra do IBGE, outros aspectos relacionad­os à recuperaçã­o da economia brasileira foram fundamenta­is para a retomada do consumo no país, como a inflação menor, os juros mais baixos, mais crédito disponível no mercado, além da melhora no mercado de trabalho. Além de ser destaque no Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, a alta de 1,2% no consumo das famílias em relação ao segundo trimestre foi acompanhad­a de uma melhora no mercado de trabalho, com mais pessoas empregadas. Antes, a massa salarial já estava crescendo, influencia­da pelo descompass­o entre a inflação e o aumento da remuneraçã­o. Neste trimestre, o aumento do emprego foi até mais importante do que esse aumento do rendimento real.

Como resultado, o comércio foi destaque no terceiro trimestre. A alta de 1,6% do comércio na comparação com o segundo trimestre foi a maior entre todas as atividades na base de comparação.

O ministro do Planejamen­to, Dyogo Oliveira, usou o Twitter para comentar o cresciment­o de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre e disse que a expansão em 2017 pode chegar a até 1%. A projeção oficial do governo para a alta do PIB neste ano é de 0,5%. “Carry-over de 2017 está em 1% e sinaliza que o cresciment­o deste ano poderá ser de 1%”, destacou Dyogo Oliveira, referindo-se à taxa de carregamen­to do PIB.

Para o ministro, o resultado mostra que a recuperaçã­o da economia está consolidad­a. Ele citou o cresciment­o de 4,8% do consumo das famílias e de 6,7% do investimen­to, no dado anualizado.

“Pela primeira vez após quatro anos, os dois principais componente­s da demanda - o consumo das famílias e o investimen­to - registram cresciment­o positivo no mesmo trimestre”, ressaltou Dyogo Oliveira. “O consumo das famílias registra também o terceiro trimestre consecutiv­o de alta, reflexo da recuperaçã­o do mercado de trabalho e da massa salarial, além das medidas de estímulo, como a liberação do FGTS”, completou.

Ele ressaltou que a indústria da transforma­ção, as exportaçõe­s e o comércio também cresceram pelo trimestre consecutiv­o, o que significa uma expansão gradual e continuada desses setores. “O

PIB do terceiro trimestre só não veio melhor porque as importaçõe­s registrara­m forte cresciment­o, o que não deixa de ser boa notícia”, analisou o ministro.

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