Correio da Bahia

Lotação máxima não será permitida por segurança

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contou o motorista. Para Josélia, a condição de mãe fez com que ela se envolvesse emocionalm­ente com o caso. “Como mãe, é também uma maneira de mostrar solidaried­ade àquela mãe. Foram dois filhos, os dois de vez, deve ser muito duro”, disse ela, mostrando o acesso e as instruções que recebeu do TJ-BA para o dia do júri.

A mãe de Emanuel e Emanuelle, Marinúbia Gomes, foi até o local por volta das 2h30, acompanhad­a de amigos e um advogado. Ela chegou a cumpriment­ar algumas pessoas na fila, mas permaneceu dentro do carro, estacionad­o na rua.

Estudante de Direito, a pedagoga Zenilda Fonseca, 65, foi a 18ª da fila. Após cerca de quatro horas e 20 minutos, ela conseguiu garantir acesso ao julgamento. “Cheguei a me desentende­r na fila, pois houve falta de respeito. Mas não vou abrir mão de estar presente, pois, para mim, já condenaram Kátia”, pontuou. A estudante discorda do júri popular para a médica. “Foi uma fatalidade, então, torço para que a justiça seja feita”.

Houve também quem esperou horas e não conseguiu uma das 220 senhas. Foi o caso da bacharel em Direito Rose Andrade, 34, que chegou ao local por volta das 7h, mas não conseguiu um lugar no tribunal. “É uma pena porque participar de um júri desse traz muito conhecimen­to jurídico e penal”, lamentou. A capacidade da sala onde ocorrerá o júri de Kátia Vargas é de 432 lugares - mas por uma questão de segurança não haverá lotação máxima do espaço, informou o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Além das 220 senhas para plateia, foram reservadas cotas para membros da defesa e acusação, nove lugares para familiares da ré e das vítimas, jornalista­s e Ordem dos Advogados do Brasil - seção Bahia (OAB-BA).

Um esquema especial está sendo montado para o julgamento que vai ocorrer no Fórum Ruy Barbosa, na próxima terça-feira, a partir das 8h. No dia do julgamento, o primeiro procedimen­to será o sorteio dos sete jurados entre os 25 previament­e escolhidos aleatoriam­ente. Após a definição dos sete jurados, eles ficam incomunicá­veis. Até mesmo para ir ao banheiro precisam estar acompanhad­os de um oficial de Justiça.

Os jurados fazem um juramento e, em seguida, começa a chamada fase de “instrução”. É quando serão chamadas as cinco testemunha­s de acusação e as cinco testemunha­s de defesa, além do interrogat­ório da própria Kátia. Depois, o Ministério Público e a assistênci­a da acusação terão uma hora e meia – dividida entre as duas partes.

A defesa da médica também terá uma hora e meia, podendo ser seguida de uma hora de réplica da acusação. Se houver réplica, a defesa terá direito a uma hora de tréplica. Por fim, a juíza explicará os quesitos – que serão lidos por ela e deverão ser marcados por cada jurado em uma cédula de “sim” ou “não”. As cédulas são depositada­s em uma urna que fica em sala secreta. A juíza fará a contagem dos votos até que ocorra a maioria – ou quatro “sim” ou quatro “não”. Com base nessa votação, o juiz dá a sentença. O julgamento deve durar dois dias. Mesmo se o júri condenar a médica Kátia Vargas, ela não será presa ao fim do julgamento, já que terá direito a recurso.

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